Robinson Faria: Origem e Ancestralidade nos Sertões do Seridó.

Grassava a primavera de l887. Ano vesperal da abolição. Clementino Monteiro de Faria convoca todos os proprietários e criadores da freguesia de Serra Negra. Irmanados em pensamento libertário, fundam o Clube pró-abolição. Escolhido entre os pares, Clementino Faria, por aclamação é eleito Presidente do referido clube. Em assembleia votam a alforria de todos os cativos de Serra Negra e cercanias, onde alguns deles tinham propriedades além da jurisdição daquele município, pois, os monteiro faria, como fundadores de Serra Negra, também tinham uma relação com os paraibanos, desde as goelas da Serra do Teixeira até o desembocar do Espinharas no rio piranhas.
A ancestralidade de Robinson, sem exceção, tivera seus umbigos enterrados nas porteiras dos currais, no solo sagrado dos Sertões do Seridó. Robinson é tri-neto de Clementino Monteiro de Faria. Deste descenderam Juvenal Lamartine, professor, escritor (Velhos costumes do Meu Sertão) educador, político. Governador, sofrera as agruras do exílio no quartier latin, Paris, França. Perseguido pela ditadura Vargas. Tivera seu filho Otávio Lamartine, um jovem e promissor político, assassinado no ano de l935, pelas mãos carrascas do truculento tenente Oscar Mateus Rangel, Delegado e agente facista da interventoria comandada por Mário Câmara.
Desse tronco, também vieram José Augusto de Medeiros. Osvaldo Lamartine de Faria, o grande Osvaldo. Cientista e cultor das coisas dos Sertões do Seridó. Escritor (apontamentos sobre facas de ponta, a caça nos Sertões do Seridó, As pescarias nos Sertões do Seridó, Os fasceninos. Robinson, em seu pai, teve um homem probo, descente, conduta de empreendedor zeloso do seu nome.
Pois bem, o homem da Força do Vermelho, vem daqueles que faziam o melhor paleio na estação da oralidade, no copiar das sedes do criatório, no Sertão de antanho. Dos que fizeram a liberdade antecipada dos cativos, bem antes de vir a lei geral da abolição. Fizeram do Seridó, a terra que todos tinham o direito ao desasnamento escolar e o direito à sorte nos criatórios, pois, de cada quatro bezerros que nasciam, um era do vaqueiro. Fosse negro, caburé, branco ou mameluco.
Fonte: Jair Eloi de Souza

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