Comemoração: Mercado editorial infantil brasileiro ganha destaque

Foto: José Aldenir Viajar através das palavras e imagens, conhecer novos mundos e ser co-autor de novas histórias. A leitura é fundamental para o desenvolvimento da criança em diversos aspectos, entre eles o cognitivo. Na data deste sábado (18) é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil e, de acordo com a professora Cláudia Santa Rosa, diretora do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), existem motivos para comemorar.
De acordo com Cláudia, que também coordena a Rede Potiguar de Escolas Leitoras, o mercado editorial infanto-juvenil avançou em sua qualidade e diversidade nos últimos anos. "Hoje o livro ocupa um lugar muito importante no contexto brasileiro e internacional. Antigamente tinham a visão de que o livro infantil podia ser feito de qualquer jeito, mas já se tem outro entendimento, tem maior atenção das editoras, autores e ilustradores. Existe até o estímulo ao contato com a literatura ainda na barriga da mãe, de ela ler para o bebê", comenta. O dia foi criado em 2002 para homenagear o escritor Monteiro Lobato, nascido em 1882.
A geração de autores brasileiros que atuam na literatura infantil também é muito boa, de acordo com Cláudia Santa Rosa. O maior prêmio da área no mundo, o Hans Christian Andersen, foi concedido no ano passado ao escritor e ilustrador brasileiro Roger Melo. Ele é o terceiro nome brasileiro a ganhar o título.
"Por meio da leitura, a criança constrói cenários, ela cria suas próprias histórias, promove imaginação. Quem tem acesso desde cedo, desenvolve muito mais o pensar, aumenta a capacidade de compreender o todo, uma leitura global de mundo", argumenta.
O IDE cobra, porém, incentivo da rede pública de escolas do Estado e dos municípios. Na última quinta-feira (16), uma audiência realizada na Assembleia Legilativa debateu sobre a lei federal 12.244 de 2010, que exige que todas as escolas tenham biblioteca até 2020. "Já estamos na metade do prazo e queremos saber o que está sendo feito pelos gestores", coloca. Ela afirma que já vem acompanhando as ações, participando de reuniões e debates.
Ela lembra que os municípios, como Natal e Parnamirim, já estão um pouco mais avançados. A capital está contruindo um plano municipal de leitura. A rede estadual ainda tem muito a resolver, mas a educadora enxerga boa vontade por parte da atual gestão. "O próprio projeto das Escolas Leitoras, que começamos com o Estado, foi cancelado no ano passado, mas já fomos procurados pelo governo para retomar. Há um interesse do governador, até porque ele é o autor de uma lei estadual, anterior a essa federal, de quando ele era deputado", argumentou.
O IDE deve realizar um estudo neste ano para levantar o perfil do leitor potiguar. A partir dele, o governo e a sociedade civil organizada poderão saber quais as melhores estratégias para incentivar a leitura.
Para ela, ainda é mais importante que a criança tenha incentivo dentro de casa. "A criança quer mexer no smartphone, é porque vê os pais usando. Se quer assistir TV, é porque vê os outros assistindo. O mesmo funciona com a leitura", coloca.
Livros distribuídos
A Companhia de Energia Elétrica do Rio Grande do Norte, em comemoração da data, vai distribuir livro a instituições filantrópica e bibliotecas do Estado. Entre as instituições contempladas, estão a Casa do Menor Trabalhador, a biblioteca do Parque das Dunas, e bibliotecas municipais de várias cidades do interior que participam do projeto Casa das Palavras, patrocinado pela empresa através de lei estadual de incentivo à cultura.

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