Brasília 247 –
Depois de Romero Jucá (PMDB-RR), que caiu do Ministério do Planejamento
ao ser gravado por Sergio Machado, numa conversa em que confessa que o
impeachment foi uma trama para parar a Lava Jato, o governo interino de
Michel Temer pode perder seu segundo ministro.
Desta vez, Fabiano
Silveira, que responde pelo ministério da Transparência, Fiscalização e
Controle, a antiga Controladoria Geral da União.
Silveira também foi
gravado por Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro. Nas conversas,
ele orienta Machado e o senador Renan Calheiros sobre como devem se
comportar diante do Ministério Público, nas investigações da Lava Jato.
"A única ressalva que eu
faria é a seguinte: está entregando já a sua versão pros caras da...
PGR, né. Entendeu? Presidente, porque tem uns detalhes aqui que eles...
(inaudível) Eles não terão condição, mas quando você coloca aqui, eles
vão querer rebater os detalhes que colocou (inaudível)", diz ele a
Renan. "Eu concordo com a sua condição de, tendo sido objeto de uma
medida cautelar, simplesmente, não... Dizer assim: 'olha, não é comigo
isso...' acho que tem que dizer, tem que se dirigir ao relator prestando
alguns esclarecimentos, é verdade", afirma a Machado.
Diante das gravações, técnicos do setor já pedem a cabeça de Silveira. "Não
tem como manter o ministro nessa situação. Estamos conversando com as
chefias e já tem vários querendo entregar os cargos até que o ministro
seja exonerado", diz Rudinei Marques, presidente do Sindicato Nacional
dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle.
Silveira disse que esteve
na reunião na casa de Renan "de passagem" e que esteve "involuntariamente", em uma conversa informal. Também informou que seria
impossível controlar o Ministério Público. A secretaria de comunicação
de Temer não comentou o caso.
Leia, abaixo, a íntegra da nota de Fabiano Silveira:
"Como servidor de carreira do Senado, Fabiano Silveira esteve de passagem na residência oficial do Senado.
Não sabia da presença desse senhor
Sérgio Machado, com quem o atual ministro não tem nem nunca teve nenhuma
relação, profissional ou pessoal.
Esteve involuntariamente em uma
conversa informal e jamais fez gestões ou intercedeu junto a
instituições públicas em favor de terceiros.
Chega a ser despropósito sugerir que
o Ministério Público - uma instituição que já deu tantas demonstrações
de independência e ativez no cumprimento de seus deveres - possa sofrer
qualquer tipo de interferência externa."
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