Em entrevista ao Bafafá, jornal impresso teimosa e
valentemente mantido pelo meu amigo Ricardo Rabelo, o ex-ministro da
Secretaria de Comunicação de Lula, Franklin Martins, fala da
imprensa – “esse golpe foi organizado pela mídia” – do que se ficou a
dever sobre uma lei e meios de comunicação concedidos – “é muito
difícil aprovar isso no Congresso porque os deputados têm medo de ser
bombardeados pela imprensa”- e das perspectivas e resistir a um governo
ilegítimo;
O que fazer agora?
Vamos fazer política, construir maiorias, tentar reduzir o
isolamento. É preciso oxigenar, gerar pensamentos com o que vem de novo.
Nos últimos meses, a sociedade despertou. Hoje ela quer mais, a
garotada tem pautas diferentes. Existe um Brasil novo pulsando, acho que
vai reforçar a luta. Eu olho para o governo Temer e para a TV Globo e
digo: nós perdemos, não vamos subestimar, a democracia foi seriamente
atingida. Mas, sinceramente, o futuro é nosso.
Esse golpe era irreversível?
O futuro ao Deus pertence. Esse governo é fruto de um golpe. Ele
rasgou o instituto do voto sem que Dilma tenha cometido nenhum crime de
responsabilidade. Ela foi tirada do poder, posto um vice que vai aplicar
um programa que foi derrotado nas eleições. É gravíssimo, mas acredito
que o povo brasileiro vai resistir, vai defender a democracia. Esse
golpe não prevalecerá por muito tempo.
Caminhamos para uma crise maior?
Esse governo vai sofrer uma instabilidade muito grande porque não
é fruto do voto. É fruto de um golpe articulado pelas grandes
corporações de mídia, pelos partidos de oposição, pelo Congresso, pelo
Ministério Público, parte do judiciário que omitiu-se. O que vai sair do
governo Temer? Não vai ter nenhum céu de brigadeiro não. Acho que vai
tentar impor um programa de retrocesso que o povo brasileiro não
aceitará.
Qual é recado para a sociedade?
O povo saberá encontrar os mecanismos para fazer prevalecer os seus interesses.
E o Supremo continuará omisso?
Nós temos Supremo?
A entrevista de Franklin está aqui, no site do Bafafá.
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