O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou o impeachment da
presidenta Dilma Rousseff como um "golpe parlamentar". "Para a história
de nosso país, isso aqui vai passar como um golpe parlamentar", disse o
senador. "A maioria da população vai reconhecer isso aqui como um
golpe".
Já passava da 1h do dia 12 quando o senador petista ocupou a tribuna
para fazer o seu discurso. Durante sua fala, o senador chamou o
presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o
vice-presidente Michel Temer e Aécio Neves de "capitães do golpe".
Durante seu discurso, o senador criticou durantemente e oposição que,
segundo ele, "não teve lealdade com a Constituição" de 1988 e centrou
suas críticas no PSDB que, segundo ele, não reconheceu o resultado das
eleições presidenciais de 2014. "48h depois da vitória da presidenta
Dilma, o PSDB recorreu ao TSE pedindo a recontagem dos votos. Seis dias
depois fizeram um ato em São Paulo com pessoas pedindo o impeachment da
presidenta Dilma. Depois pediram que o TSE [Tribunal Superior Eleitoral]
diplomasse o candidato Aécio Neves como presidente da República",
disse.
Lindbergh disse que o PSDB foi o "principal derrotado" no processo de
impeachment. "O senador Aécio, em junho [do ano passado] tinha 35% das
intenções de voto e agora tem 17%”, disse. O PSDB será sócio
minoritário de um governo falido que vai ser o governo Michel Temer".
O senador disse também que o PT não reconhecerá a legitimidade de um
eventual governo Temer, caso a presidenta Dilma Rousseff venha a ser
afastada. "Não vamos reconhecer um governo Temer. Ele é um golpista. Nós
vamos fazer uma dura oposição, não vamos aceitar retirada de direitos
de trabalhadores e das conquistas sociais garantidas durante nosso
governo", disse.
Lindbergh lembrou o golpe militar de 1964 que resultou na deposição
do presidente João Goulart. Na ocasião, a mídia tentou legimimar o golpe
como algo democrático, argumentou Farias lendo manchetes de jornais da
época.
O senador alfinetou o senador Aécio Neves, ao citar o seu avô,
Tancredo Neves, que teve papel ativo na luta pela redemocratização do
país. Lindbergh disse que o político mineiro nunca se posicionou
favorável a "um golpe". Ao final, o senador dirigiu a palavra a Dilma e
disse que Dilma deveria sair do Planalto com a "cabeça erguida". "Presidenta saia amanhã daquele palácio de cabeça erguida, porque a
história lhe absolverá com toda a certeza como a história deu razão a
Getúlio Vargas, a Juscelino Kubtschek e a João Goulart.
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