O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta
terça-feira, 4, do 2º Congresso da IndustriALL Global Union, com o tema
"A Luta Continua". Em seu discurso, Lula lembrou dos avanços sociais do
Brasil durante os últimos 13 anos de governos do PT. "Por isso que eu
acho que a fome pode ser debelada, na Ásia, na África, na América
Latina, como foi debelada aqui no Brasil, reconhecido pela ONU",
afirmou.
"Estamos vivendo hoje uma situação em que o pobre no mundo tem que
entrar em cena outra vez. Em disse na reunião do G20, em abril de 2009,
que se o mundo quisesse sair da crise do subprime, da quebra do Lemann
Brothers, era preciso coragem para incluir os pobres do mundo. Onde os
pobres foram incluídos no Orçamento, deu certo", disse o ex-presidente.
"Toda vez que um governante falar em corte dos gastos públicos,
significa falar em corte nas obras de infraestrutura, em desemprego, em
cair os salários dos trabalhadores", afirmou. Lula também fez críticas
ao que chamou de "precarização do trabalho" e falou sobre os avanços da
indústria naval brasileira. "Criamos 82 mil postos de trabalho na
indústria naval brasileira. E eles agora estão destruindo. Já destruíram
40 mil", disse o ex-presidente, em referência aos estragos causados
pela operação Lava Jato na indústria naval.
Lula pediu aos trabalhadores brasileiros que impeçam a aprovação no
Congresso na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita
gastos públicos. "Sem luta, a classe trabalhadora não conquista nada, no
Brasil e em nenhum lugar do mundo", afirmou.
O ex-presidente Lula também falou sobre a ex-presidente Dilma
Rousseff. "Uma mulher, eleita para o seu segundo mandato, não conseguiu
governar este país, porque a direita conservadora, a mesma que está aí
ganhando as eleições na Europa, que é contra a emigração, aqui no Brasil
chegaram à conclusão que não podiam deixar esta governando este país, e
fizeram um golpe parlamentar que você já sabem como foi", disse Lula.
Apesar da crise no País, Lula se mostrou confiante sobre as
possibilidades para os trabalhadores. "É possível construir uma nova
pauta para os trabalhadores. É necessário. (...) Mas o Estado tem que
funcionar como o indutor do crescimento econômico. Não há possibilidade
de qualquer país do mundo crescer, se o Estado não tiver competência de
alavancar", afirmou.
"Se os trabalhadores forem convidados para participar das decisões,
poderemos ter soluções muito mais eficazes do que muitos economistas com
vários diplomas", disse Lula.
A IndustriALL é uma organização sindical internacional fundada em
2012 e que congrega trabalhadores metalúrgicos, químicos e têxteis de
todo o mundo, representando aproximadamente 50 milhões de pessoas.
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