Temer trai Renan e tenta culpá-lo pela crise

 
Na entrevista a Jorge Bastos Moreno (leia aqui), Michel Temer também tentou tirar o corpo fora da polêmica sobre a reação do Congresso Nacional contra a operação Lava Jato, embora tenha sido colocado na presidência justamente com a missão de "estancar a sangria".
Temer disse ter recebido um apelo da ministra Cármen Lúcia e transmitido a questão ao Congresso.
"O senador Renan Calheiros e alguns parlamentares, aos quais transmiti esse apelo, apresentaram fortes argumentos para que a matéria não fosse retirada da pauta. Eu tinha dito a eles que endossava totalmente as preocupações da presidente Cármen Lúcia. Mas eles, em função de seus argumentos, mantiveram-se irredutíveis", disse ele. "Por temperamento, não tenho por hábito constranger ninguém. Como presidente da República é imperioso que eu respeite as decisões e a independência de outros Poderes. Aliás, essa também foi a preocupação da ministra Cármen Lúcia ao fazer esse apelo. Sendo assim, tive a cautela de não insistir no assunto."
"A ministra e eu somos amigos de longa data, e isso facilita também a nossa relação institucional. E ela me ligou nestes termos: 'Olha, temos que salvar o país, evitando essas crises'. Respondi-lhe: 'Concordo inteiramente'. Hoje, por exemplo, com a colaboração do presidente da Câmara e do Senado, acho que conseguimos conter a justa indignação popular contra o caixa 2", afirmou ainda Temer.
No entanto, a reação à Lava Jato no Congresso, onde mais de 200 parlamentares serão afetados pelas delações da Odebrecht, foi comandada pela base aliada de Temer – ao que tudo indica, com o seu aval – o que levou o procurador Deltan Dallagnol a denunciar o esforço para "estancar a sangria".

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