Alvo de uma operação da Polícia
Federal nesta sexta-feira 13, o ex-ministro Geddel Vieira Lima foi
apontado como integrante de uma integração criminosa, pelo Ministério
Público Federal, da qual também faria parte o ex-presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha.
O jogo entre os dois funcionava mais
ou menos assim: como vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Geddel
liberava empréstimos para grandes empresas e, em seguida, Cunha entrava
em cena para cobrar propinas ou doações eleitorais ao PMDB de Michel
Temer (leia mais aqui).
Segundo o Ministério Público Federal, Cunha e Geddel faziam parte de uma quadrilha, assim com os demais investigados. "A
fundamentação apresentada pela autoridade policial é bastante
consistente, sendo os fatos narrados na representação indicativos de que
os investigados Geddel Quadro Vieira Lima, Marcos Roberto Vasconcelos,
José Henrique Marques da Cruz, e Marcos Antonio Molina dos Santos faziam
parte de uma verdadeira organização criminosa", afirma no documento o
procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes.
Uma questão, no entanto, não foi
colocada: como Geddel, que havia sido derrotado na disputa para o
governo da Bahia em 2010, se tornou vice-presidente da Caixa Econômica
Federal?
A resposta é simples: Michel Temer.
Como vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, foi ele
quem exigiu do ex-ministro Antonio Palocci, então chefe da Casa Civil
de Dilma Rousseff, a nomeação – o que se confirmou em março de 2011
(leia mais aqui).
Como o PMDB era peça importante da coalizão governista, Dilma se viu
forçada a aturá-lo durante pouco mais de dois anos. Acabou demitindo-o
em dezembro de 2013, quando já eram fortes os rumores do seu modus
operandi (leia mais aqui).
Temer e Geddel atuam juntos há quase
três décadas e consta que Temer chorou quando teve que demiti-lo após o
caso Marcelo Calero – o ex-ministro da Cultura que revelou como o
político baiano usava o cargo em busca de benefícios pessoais, no caso
da torre La Vue.
Se foi Temer quem exigiu de Palocci a
vice-presidência corporativa da Caixa Econômica Federal, a grande
questão é: ele nem desconfiava de como seu pupilo atuava?
Num vídeo viral na internet, Temer
diz que entregava missões impossíveis a Eduardo Cunha. Geddel, ao que
tudo indica, era também uma peça importante dessa engrenagem.
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