Se Michel temer conseguir aprovar sua reforma da Previdência
nos termos atuais, o Brasil entre os países com regras mais rígidas
para aposentadoria. Pela proposta do governo, quem contribuir por menos
de 25 anos não terá direito a se aposentar mesmo que alcance a idade de
65 anos. A justificativa do governo para a reforma é o aumento da
proporção de idosos em relação à de jovens. No entanto, mesmo países que
já passaram por essa transição demográfica têm regras mais flexíveis.
Na OCDE, grupo dos países mais desenvolvidos do mundo, um trabalhador
consegue o benefício integral após contribuir em média por 44 anos. O
que, no Brasil, só passaria a ser possível após 49 anos. O tempo mínimo
para ter acesso a algum percentual da aposentadoria também é menor. Na
Alemanha, por exemplo, são exigidos cinco anos e nos Estados Unidos,
dez.
As informações são de reportagem de Fernanda Perrin na Folha de S.Paulo.
"Hoje, brasileiros se aposentam após contribuir por 30 anos
(mulheres) ou 35 anos (homens). Quem não consegue atingir essa regra
pode se aposentar por idade (mulheres de 60 anos e homens de 65 anos),
desde que tenha contribuído por 15 anos.
'Exigir um mínimo de 25 anos de contribuição é muito rígido.
Se você contribuir por 20 anos e não ganhar nada, isso quer dizer que
todas as suas contribuições foram puramente impostos', diz Hervé
Boulhol, responsável pela área de aposentadoria da OCDE.
'Você deveria poder receber algo proporcional ao seu tempo de contribuição.'
'O risco que corremos em diminuir esse tempo mínimo é não
ter uma redução da taxa de reposição', diz Luis Eduardo Afonso,
professor da USP especialista em Previdência Social".
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