O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) divulgou um vídeo no início
da noite desta sexta-feira 24 no qual recorda que, em novembro do ano
passado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) escolheu Michel Temer para ser sua
testemunha de defesa e formulou 41 perguntas ao presidente, das quais 21
foram vetadas pelo juiz Sergio Moro, da Lava Jato.
Na ocasião, Moro considerou as perguntas inoportunas, um
constrangimento a Temer, uma espécie de provocação e chantagem da parte
de Cunha. "Três diziam respeito diretamente a José Yunes", lembra
Pimenta, sobre o melhor amigo de Temer, que agora decidiu depor
voluntariamente à Procuradoria Geral da República e revelou ter sido
"mula" de Eliseu Padilha, ministro licenciado da Casa Civil.
Segundo Yunes, Padilha lhe fez um pedido para que recebesse
"documentos" em seu escritório de advocacia, em São Paulo. Os envelopes
foram entregues por Lucio Funaro e eram, na verdade, dinheiro: R$ 4
milhões de uma parte de R$ 11 milhões que havia sido pedida por Temer à
Odebrecht para a eleição presidencial de 2014. Padilha mandou retirar o
dinheiro por um emissário.
Yunes contou ainda em seu depoimento que não sabia do
conteúdo do envelope. Em entrevista ao jornalista Lauro Jardim,
acrescentou que Temer sabia sobre o episódio, contado por ele próprio ao
peemedebista, e que o dinheiro tinha como objetivo comprar 140
deputados e garantir a eleição de Eduardo Cunha à presidência da Câmara.
"A pergunta que não quer calar é muito simples", afirma
Pimenta no vídeo. "Por que Sergio Moro impediu que essas perguntas
fossem feitas a Michel Temer? Qual o interesse de Moro ao proteger
Michel Temer? O que fará Sergio Moro agora que o próprio Yunes confessa a
sua participação na história e que revela que Temer sabia de tudo? Ele
vai permitir que as perguntas sejam novamente apresentadas?", questiona o
petista.
Para o parlamentar, "a delação de Yunes é um tiro no peito
de Michel Temer". "Agora só falta o último ato: a renúncia de Michel
Temer, o pior governo da história do Brasil", finaliza Pimenta. Assista
ao vídeo acima.
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