Depois de se unir a Eduardo
Cunha para sabotar o Brasil em 2015, quando a política de "quanto pior,
melhor" contribuiu para a queda do PIB de 5%, e para colocar Michel
Temer no poder em 2016, quando a economia caiu mais 3,6%, o senador
Aécio Neves (PSDB-MG) é o primeiro nome a aparecer nas novas delações da
Odebrecht.
Benedicto Júnior,
ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, afirmou em seu acordo com a
Lava Jato que se reuniu com Aécio, quando este era governador, para
tratar de um esquema de fraude em licitação na obra da Cidade
Administrativa para favorecer grandes empreiteiras. A obra, antes orçada
em R$ 500 mi, acabou saindo por R$ 2,1 bi. Empresas teriam repassado
cerca de 3% em propinas para o tucano, o equivalente a R$ 63 mi. Além de
Benedicto Junior, o superintendente da Odebrecht em Minas, Sergio
Neves, também confirmou a fraude.
As informações são de reportagem de Bela Megale, Marina Dias e Mario Cesar Carvalho na Folha de S.Paulo.
"Benedicto
Júnior, conhecido como BJ, disse aos procuradores que, após o acerto,
Aécio orientou as construtoras a procurarem Oswaldo Borges da Costa
Filho. De acordo com o depoimento, com Oswaldinho, como é conhecido, foi
definido o percentual de propina que seria repassado pelas empresas no
esquema.
Ainda de acordo com o delator, esses valores ficaram entre 2,5% e 3% sobre o total dos contratos.
Oswaldinho é um colaborador
das campanhas do hoje senador mineiro, atuando como tesoureiro
informal. De acordo com informações obtidas pela reportagem, o
ex-executivo da Odebrecht afirmou que o próprio Aécio decidiu quais
empresas participariam da licitação para a obra.
Projetada pelo arquiteto
Oscar Niemeyer (1907-2012), a Cidade Administrativa, sede do governo
mineiro, custou R$ 2,1 bilhões em valores da época. Foi inaugurada em
2010, último ano de Aécio como governador, sendo a obra mais cara do
tucano no governo de Minas.
As informações fornecidas
por BJ em sua delação premiada foram confirmadas e complementadas,
segundo pessoas com acesso às investigações, pelos depoimentos do
ex-diretor da Odebrecht em Minas Sergio Neves.
Sergio Neves aparece nas
investigações como responsável por operacionalizar os repasses a
Oswaldinho e é ele quem detalha, na delação, os pagamentos a Aécio.
Líder do consórcio, que
contou com Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão, a Odebrecht era
responsável por 60% da obra e construiu um dos três prédios que integram
a Cidade Administrativa, o Edifício Gerais."
Nos próximos dias, o procurador-geral Rodrigo Janot deverá denunciar Aécio ao STF por corrupção.
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