O novo relator da Lava Jato no Supremo, ministro Edson
Fachin, manteve na pauta de amanhã do plenário o julgamento de uma
reclamação em que o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
pede para ser solto. O julgamento, se confirmado, será uma espécie de
termômetro da disposição de Fachin em relação aos processos da
Lava-Jato. A defesa de Cunha questiona na reclamação a ordem de prisão
preventiva emitida pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava-Jato na
13ª Vara Federal de Curitiba.
As informações são de reportagem do Valor.
"As chances de Cunha ser solto pelo plenário do STF são
consideradas remotas - bem menores que se a discussão ocorresse na 2ª
Turma, como estava previsto inicialmente. Cunha não conta com a simpatia
da maioria dos atuais dez integrantes do Supremo e a Corte chegou
inclusive a afastá-lo da presidência da Câmara, uma medida drástica
tomada apenas em situações bastante graves. Eventual decisão favorável
ao ex-deputado agora seria considerada uma reviravolta no andar da
Lava-Jato.
Em dezembro, a reclamação de Cunha quase foi a julgamento na
2ª Turma, quando havia a expectativa de que o ex-deputado seria
libertado. Mas o então relator da Lava-Jato, Teori Zavascki, morto em
acidente aéreo em janeiro, acabou retirando a reclamação da pauta para
remetê-la ao plenário, após indicações de que Cunha contaria na turma
com votos suficientes para ser solto.
A possibilidade de o ex-deputado ser libertado na época
preocupou investigadores ligados à Lava-Jato. Para eles, eventual
soltura de Cunha poderia abrir um precedente para tirar da cadeia
diversos outros acusados de desviar dinheiro da Petrobras".
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