Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente da
Odebrecht, reafirmou em depoimento que Michel Temer pediu "apoio
financeiro" da empreiteira ao partido durante as eleições de 2014. Melo
Filho foi ouvido em Brasília por cerca de 45 minutos pelo ministro
Herman Benjamin em meio ao processo de cassação da chapa Dilma
Rousseff-Temer.
A afirmação complica ainda mais a defesa de Michel Temer,
que em nota oficial há pouco mais de uma semana admitiu ter pedido
dinheiro à empreiteira, mas de forma "oficial".
As informações são de reportagem de Bela Megale, Camila Mattoso e Letícia Casado na Folha de S.Paulo.
"Melo Filho reiterou o teor da sua delação premiada em que descreveu um jantar ocorrido no Palácio do Jaburu em maio 2014.
O vazamento do documento que continha a versão do
ex-executivo aos procuradores da Lava Jato foi o que provocou Benjamin a
convocar os depoimentos de delatores da empreiteira.
Segundo Melo Filho, no encontro, Temer, que na época ocupava
o cargo de vice-presidente e pleiteava a reeleição, pediu apoio
financeiro ao seu partido, mas não falou em valores.
No jantar estavam Temer (então vice-presidente da
República), Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo, e Eliseu Padilha,
hoje ministro da Casa Civil.
Segundo a delação, naquele encontro ficou definido o repasse de R$ 10 milhões da empreiteira ao PMDB.
'Eu participei de um jantar no palácio do Jaburu juntamente
com Marcelo Odebrecht, Michel Temer e Eliseu Padilha. Michel Temer
solicitou, direta e pessoalmente para Marcelo, apoio financeiro para as
Campanhas do PMDB no ano de 2014', diz trecho do documento de
colaboração do ex-executivo".
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