Um dos mais importantes brasilianistas, o historiador
norte-americano James Naylor Green publicou um relato em que conta como a
mídia brasileira distorceu a imagem da presidente deposta Dilma
Rousseff.
Green esteve com Dilma nas quase duas semanas em que ela deu
palestras em diversas universidades dos Estados Unidos, como Brown,
Columbia, the New School, City University of New York e Harvard.
"Conheci uma pessoa totalmente diferente da imagem promovida
pela grande imprensa e pela mídia no Brasil", diz ele. "Conheci uma
mulher íntegra e com princípios firmes, que a incentivaram a entrar na
luta contra a ditadura em 1965 e seguir lutando contra a desigualdade
econômica e social durante o seu governo e agora na resistência ao
golpe", acrescentou.
Para o intelectual, "fica muito evidente que a grande mídia
criou uma imagem totalmente falsa sobre esta pessoa sensível e
comprometida. É difícil prever o futuro, mas acho que ela ainda vai
cumprir um papel importante nas lutas pela justiça e igualdade no
Brasil".
Confira a íntegra:
Duas semanas com Presidenta Dilma nos Estados Unidos
Durante as quase duas semanas com a Presidenta Dilma
Rousseff em Providence, New York, Boston e Cambridge, conheci uma pessoa
totalmente diferente da imagem promovida pela grande imprensa e pela
mídia no Brasil.
Ouvi ela falando em diversas universidades—Brown, Columbia,
the New School, City University of New York e Harvard, entre membros da
comunidade brasileira em Boston e New York e com acadêmicos como os
Professores Skip Gates e John Comaroff de Harvard, quando servi de
intérprete.
Também acompanhei a presidente em diversos momentos onde ela
foi reconhecida por brasileiros, argentinos, uruguaios e mexicanos, que
deram abraços e solidariedade por sua força e determinação. "Estamos
com você", falaram em português e espanhol. E é claro, pediram uma foto.
Ela sempre abraçou a pessoa e conversou com ela, com uma atenção e
interesse impressionante.
Dilma Rousseff é uma mulher culta, que insistiu em visitar
as livrarias de Harvard e Nova York nos minutos livres. No Strand
Bookstore, o famoso sebo na rua 12 com a Broadway, ela procurou livros
sobre Inglaterra no século XIX porque estava interessada em entender a
política do Primeiro Ministro Lord Palmerston em relação a Guerra Civil
nos Estados Unidos.
Conversamos longamente sobre o seu passado na resistência à
ditadura militar, a situação atual, as eleições de 2018 e as perspetivas
para a luta contra a implantação do projeto neo-liberal no país.
Cabe a ela compartilhar estas idéias com o público, mas como
escrevi em outra postagem, conheci uma mulher integra e com princípios
firmes, que incentivaram ela para entrar na luta contra a ditadura em
1965 e seguir lutando contra a desigualdade econômica e social durante o
seu governo e agora na resistência ao golpe.
Fica muito evidente que a grande mídia criou uma imagem
totalmente falsa sobre esta pessoa sensível e comprometida. É difícil
prever o futuro, mas acho que ela ainda vai cumprir um papel importante
nas lutas pela justiça e igualdade no Brasil.
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