A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirma
em nota que todas as delações realizadas até agora não conseguiram
apontar nenhuma prova concreta contra o petista. "É nítido que a Força
Tarefa só obteve dos delatores acusações frívolas, pela ausência total
de qualquer materialidade. O que há são falas, suposições e ilações - e
nenhuma prova. As fantasiosas condutas a ele atribuídas não configuram
crime", diz a nota.
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Abaixo íntegra:
A imprensa dedicou hoje inúmeras manchetes às delações que o
Ministério Público Federal negociou com executivos do Grupo Odebrecht
e, como tem ocorrido, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o
destaque da maioria delas. O vazamento ilegal e sensacionalista das
delações, nos trechos a ele referentes, apenas reforça o objetivo
espúrio pretendido pelos agentes envolvidos: manchar a imagem de Lula e
comprometer sua reputação. Mas o que emergiu das delações, ao contrário
do que fez transparecer esse esforço midiático, é a inocência de Lula -
ele não praticou nenhum crime. É nítido que a Força Tarefa só
obteve dos delatores acusações frívolas, pela ausência total de qualquer
materialidade. O que há são falas, suposições e ilações - e nenhuma
prova. As fantasiosas condutas a ele atribuídas não configuram crime. Desde
4 de março de 2016. o ex-Presidente passou a ser vítima direta de
sucessivas ilegalidades e arbitrariedades praticadas no âmbito da
Operação Lava Jato para destruir sua trajetória, construída em mais de
40 anos de vida pública. Lula já foi submetido à privação da liberdade
sem previsão legal; buscas e apreensões; interceptações telefônicas de
suas conversas privadas e divulgação do material obtido; e levantamento
dos sigilos bancário e fiscal, dentre outras medidas invasivas. A
despeito de não haver provas, o ex-Presidente foi formalmente acusado,
apenas com base em "convicções". Depois de 24 audiências em Curitiba e a
oitiva de 73 testemunhas apenas em um dos processos, salta aos olhos a
inocência de Lula. Ao final dessa nova onda, o que sobrará é o mesmo
desfecho melancólico vivido pelo senador cassado Delcídio do Amaral:
caíram por terra suas teses. Delcídio aceitou acusar o ex-Presidente em
troca da sua liberdade e depois foi desmentido por testemunhas ouvidas
em juízo, quando então não podiam mentir.
Cristiano Zanin Martins
Cristiano Zanin Martins
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