O
povo brasileiro está permitindo que seu futuro e o das próximas
gerações seja definido por criminosos. É o que aponta o filósofo
Vladimir Safatle, num importante artigo publicado nesta sexta-feira.
"Você
deixaria o seu futuro e o futuro de seus filhos ser decidido por
criminosos ou por pessoas com fortes suspeitas de crimes? Pois é isso
que está acontecendo agora. Questões
fundamentais para o seu futuro, como o sistema de aposentadorias e as
leis trabalhistas, estão sendo decididas por pessoas indiciadas na
participação em crimes milionários ou que são réus em ações penais
correndo no STF. Só na última lista da Lava Jato são 24 senadores e 39
deputados indiciados, inclusive os atuais presidentes da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal. Além disto, quatro senadores e 50
deputados respondem atualmente por ações penais no STF", diz ele.
Safatle lembra a situação jurídica do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e diz que ele deveria ser afastado. "O
mesmo presidente da Câmara, sr. Rodrigo Maia, que afirmava há alguns
dias que a Justiça do Trabalho não deveria nem sequer existir, foi
acusado por um delator da Odebrecht de receber R$ 350 mil diretamente em
casa. Como alguém com tais acusações nas costas, em qualquer reles
democracia liberal no mundo, poderia continuar presidindo a Câmara e
decidindo modificações constitucionais?"
Segundo o filósofo, é preciso encontrar formas de defender a sociedade brasileira de quem usurpa o poder. "Deputados, presidentes não são 'representantes' do povo. No máximo, eles são seus 'comissários', como dizia Jean-Jacques Rousseau. Por isso, uma verdadeira democracia deveria ter, ao lado dos Poderes Executivo e Legislativo, a figura da assembleia popular a ratificar leis e apor seu aceite ou sua recusa. O povo deve ter as estruturas institucionais que lhe permitam continuamente se defender de quem procura lhe usurpar o poder".
Segundo o filósofo, é preciso encontrar formas de defender a sociedade brasileira de quem usurpa o poder. "Deputados, presidentes não são 'representantes' do povo. No máximo, eles são seus 'comissários', como dizia Jean-Jacques Rousseau. Por isso, uma verdadeira democracia deveria ter, ao lado dos Poderes Executivo e Legislativo, a figura da assembleia popular a ratificar leis e apor seu aceite ou sua recusa. O povo deve ter as estruturas institucionais que lhe permitam continuamente se defender de quem procura lhe usurpar o poder".
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