247 - O ministro relator da Operação Lava
Jato no Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin, autorizou nesta
terça-feira 30 que Michel Temer seja interrogado pela Polícia Federal no
inquérito em que ele é investigado com base nas delações premiadas dos
donos da empresa JBS.
A defesa de Temer queria adiar o interrogatório e só falar
com a PF após a perícia oficial no áudio gravado pelo empresário Joesley
Batista no Palácio do Jaburu em março, mas Fachin deu prosseguimento ao
caso.
O interrogatório poderá ser feito por escrito e deverá ser
respondido por Temer em um prazo de 24 horas após a entrega das
perguntas pelos investigadores. Temer é investigado por corrupção,
organização criminosa e obstrução da Justiça.
Fachin também decidiu nesta terça dividir a investigação
contra Temer e o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) do
inquérito que também investiga o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).
Fachin atendeu pedido da defesa de Temer.
Leia mais na Agência Brasil:
Ministro do STF autoriza depoimento de Temer à PF por escrito
André Richter - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Edson Fachin autorizou hoje (30) a Polícia Federal (PF) a tomar o
depoimento do presidente Michel Temer. De acordo com a decisão, Temer
deverá depor por escrito e terá 24 horas para responder aos
questionamentos dos delegados após receber as perguntas sobre as
citações nos depoimentos de delação da JBS.
"A oitiva deve ocorrer, por escrito, com prazo de 24 (vinte e
quatro) horas para as respostas formuladas pela autoridade policial, a
contar da entrega, ante a existência de prisão preventiva vinculada ao
caderno indiciário", decidiu Fachin.
Na semana passada, a defesa de Temer recorreu Supremo para
suspender a tentativa da PF de ouvir o presidente, investigado na Corte
após Temer ter sido citado nos depoimentos de delação premiada da JBS.
Em petição enviada ao ministro, relator do inquérito contra o
presidente no STF, os advogados sustentam que Temer não pode prestar
depoimento porque ainda não está pronta a perícia que está sendo feita
pela própria PF no áudio no qual o empresário Joesley Batista, dono da
JBS, gravou uma conversa com o presidente.
"Não obstante, com o devido respeito, entende-se como
providência inadequada e precipitada, conquanto ainda pendente de
conclusão a perícia no áudio gravado por um dos delatores, diligência
extremamente necessária diante das dúvidas gravíssimas levantadas – até o
momento – por três perícias divulgadas", disse a defesa.
Na mesma decisão, Fachin concedeu prazo de dez dias para que a PF finalize a investigação.
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