247 - Os advogados do deputado afastado
Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) procuraram investigadores da Operação
Lava-Jato. Em encontro na semana passada, um emissário de Loures quis
saber quais seriam as chances de uma delação premiada do deputado ser
aceita. A abordagem surpreendeu os investigadores. Esse não era o objeto
declarado da reunião. Depois de confabular com outros colegas, os
investigadores responderam que, àquela altura dos acontecimentos, um
eventual acordo de colaboração dependeria da disposição do parlamentar
denunciar os demais cúmplices.
As informações são de reportagem de Jailton de Carvalho em O Globo.
"As duas partes ficaram de voltar a conversar sobre o
assunto. Uma eventual delação de deputado é bem vista na força-tarefa da
Lava-Jato. Mas as eventuais confissões do deputado não são consideradas
imprescindíveis para os desdobramentos do inquérito em tramitação no
Supremo Tribunal Federal (STF). Para eles, as delações dos executivos da
JBS, que atingem o presidente Michel Temer, as ações controladas que já
resultaram na recuperação de parte da propina paga recentemente e a
análise do material apreendido até o momento já contêm indícios
veementes de crimes.
Investigadores da Lava-Jato informaram a um emissário de
Rocha Loures que, se ele realmente está interessado num acordo de
delação premiada, terá que entregar todos os cúmplices da organização
criminosa acusada de receber suborno dos donos da JBS e tentar obstruir
as investigações sobre as supostas fraudes. Para investigadores, não
bastaria uma admissão de culpa e a revelação de crimes já investigados
pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal. Com base
nos dados já obtidos até momento, o STF já abriu inquérito contra Temer,
o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), contra o próprio Loures,
entre outros envolvidos".
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