247 – O pesadelo
Michel Temer pode começar a terminar na noite desta terça-feira, com o
início do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral, em que o relator
Herman Benjamin deve propor a sua cassação.
Com isso, pode chegar ao fim o capítulo
mais vergonhoso da história do Brasil, que foi o golpe dos políticos
corruptos contra uma presidente legítima e honesta, chamada Dilma
Rousseff.
Aprovado por apenas 3% dos brasileiros (confira aqui
a mais recente pesquisa), Temer conquistou o poder por meio de uma
articulação do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), o derrotado nas
eleições presidenciais de 2014 que se tornou investigado por corrupção e
que entrou com a ação no TSE "só para encher o saco", e pelo seu
parceiro e ex-deputado Eduardo Cunha, hoje condenado a mais de 15 anos
de prisão.
Como resultado da
articulação golpista, a economia afundou, o Brasil perdeu toda a
credibilidade internacional e a destruição de empregos foi a maior de
todos os tempos.
Nos últimos dias, atingido
por escândalos, Temer perdeu o apoio até de forças que apoiaram o golpe,
como Globo e Folha, e seu destino está nas mãos da Justiça, não apenas a
eleitoral.
No domingo, em editoriais, Globo e Folha defenderam a cassação de Temer (leia aqui e aqui).
Empresários, como o bilionário Guilherme Paulus, afirmaram que ele se
tornou um problema para a economia e pregaram sua renúncia (leia aqui).
Nove de seus ministros são investigados e, mesmo que escape no TSE,
Temer será o primeiro ocupante da presidência da República investigado
por corrupção, organização criminosa e obstrução judicial.
Nesta terça, termina também
o prazo para que ele responda as 84 questões formuladas pela Polícia
Federal no inquérito sobre as delações da JBS. Hoje, a única preocupação
do governo brasileiro é promover a defesa de quem conquistou o poder de
forma ilegítima. No Brasil pós-golpe, tanto a Ordem dos Advogados do
Brasil como o Conselho Federal de Economia defendem a saída de Temer.
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