247 - Em troca de apoio as eleições de 2018
—em que as pesquisas de intenção de voto indicam que o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva seria o vencedor em todos os cenários—, três
tucanos de peso decidiram se empenhar para sustentar Michel Temer no
Planalto.
Geraldo Alckmin, Aécio Neves e João Doria já não escondem que manobram para dar sustentação ao peemedebista.
"O PSDB chega ao dia da reunião de sua Executiva com um
forte movimento contrário ao desembarque da base do governo Michel
Temer, diferentemente do que se via na semana passada, quando a
debandada era a hipótese mais provável no partido. Segundo tucanos da
cúpula, a tendência, hoje, é que não haja o rompimento com o Palácio do
Planalto, mas que todos fiquem livres para se posicionarem como quiserem
sobre o governo.
A possível permanência dos tucanos foi conseguida às custas
de muitas conversas com o Palácio do Planalto, capitaneadas,
principalmente, por pressões do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG),
que luta por sua sobrevivência política, e do governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, de olho nas eleições presidenciais de 2018", diz
reportagem de Júnia Gama e Cristiane Jungblut em O Globo.
No Estado de S.Paulo, reportagem de Alberto Bombig e Pedro Venceslau tem a participação de Doria no "Fica Temer" como destaque.
"Para auxiliares de Temer, as pretensões eleitorais de
Alckmin e Doria favorecem um entendimento deles com o Planalto neste
momento. A dupla também receia que a saída do PSDB da base governista
leve o partido automaticamente para a oposição, o que favoreceria o PT e
deixaria o governador numa posição de isolamento político para 2018. A
ambos ainda interessaria manter Temer no cargo, ainda que com baixa
popularidade, até 2018, quando um dos dois poderá ser o candidato a
presidente.
No PSDB, a compreensão é de que a substituição de Temer, via
eleição indireta no Congresso, poderia abrir caminho para Rodrigo Maia
(DEM-RJ) ser candidato e permanecer no cargo de presidente, o que
elevaria o cacife eleitoral do partido dele para 2018 e dificultaria um
entendimento com os tucanos.
Até a noite deste domingo, 11, Doria e Alckmin trabalhavam
fortemente pelas pretensões de Temer dentro do PSDB. Porém, ambos não
querem tomar o carimbo de “fiador” de um presidente prestes a ser
denunciado no Supremo Tribunal Federal. Por isso, a dupla aceita dar
mais um crédito a Temer, mas com prazo de validade definido e sujeito a
uma mudança de rumos, na dependência de eventuais “fatos novos” e
decisões da Justiça".
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