SP 247 - Um dia após o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) dar a Michel Temer sobrevida para continuar na presidência da
República, o ex-presidente Lula fez um discurso contundente neste
sábado, e afirmou que "as instituições sofrem de falta de credibilidade"
e que "o país passa por uma profunda crise econômica, moral e ética".
Presente ao ao evento de posse do novo diretório do PT em
São Paulo, Lula disse que "neste instante, o Brasil está precisando do
PT". "Nunca o Brasil precisou tanto do PT como está precisando agora",
disse o ex-presidente em discurso na Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo.
"Nós sabemos como fazer a economia crescer, como criar
emprego", disse Lula, pedindo que seus correligionários mostrem à
população as realizações das administrações do partido. "Haverá um dia
que a gente vai se dar conta do que foi o PT".
Segundo Lula, o partido mostra "que é possível uma
alternativa econômica, cultural, ambiental". "Porque quando a gente
chegar lá, a gente vai ter que desfazer tudo o que eles estão fazendo.
Vamos falar para o povo brasileiro que nós sabemos como fazer as
coisas".
Lula brincou a respeito dos processos que responde na
Justiça, e disse que pensa em fazer delação ao juiz Sérgio Moro,
responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. "Eu estou
quase falando: 'Moro, meu amigo Moro, o Joesley disse que eu tenho US$
82 milhões. Se você quiser que eu faça uma delaçãozinha e você me der
US$ 41 milhões, eu faço. O primeiro que eu entrego é ele. E aí vou lá
para o tríplex".
Candidatura em 2018
O ex-presidente disse que os adversários ficam "irritados"
com pesquisas que mostram que ele tem chances de voltar ao Planalto. "E
eles, que transmitiram ódio durante todos esses anos, não estão colhendo
Aécio, FHC, Serra nem Alckmin. Estão colhendo o Bolsonaro (PSC-RJ),
subproduto do ódio que lançaram contra o PT. Agora, são eles que têm
vergonha de colocar aquela camisa verde-amarelo quando se diziam ser
brasileiros e nós não".
Lula ironizou a situação de Aécio, que foi afastado do
Senado e está prestes a ser preso. "O Aécio não faz discurso mais? Não
está nem no Senado? E eu estou aqui. Eles desapareceram e eu estou
aqui".
Ele ainda cutucou o prefeito João Doria (PSDB), um de seus
críticos mais veementes, ao citar ações na cracolândia. "Essas pessoas
não podem ser tratadas como caso de polícia, elas são dependentes".
Ele brincou dizendo que colocará em seu nome o termo
"Lulinha paz e amor" pelo qual ficou conhecido na eleição presidencial
de 2002, a primeira que venceu depois de três tentativas.
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