Paraná 247 - O juiz federal Sérgio Moro determinou um benefício especial para incentivar o ex-diretor da Petrobras Renato Duque a delatar.
Na mesma sentença que condenou o ex-ministro Antonio
Palocci, nesta segunda-feira (26), Moro estabeleceu que, mesmo
condenado, ele sairá da prisão após cinco anos em regime fechado.
O benefício, porém, está condicionado à celebração de delação premiada com o Ministério Público Federal, em negociação há meses.
A determinação, inédita, vale para todos os processos a que
Duque responde na Justiça Federal do Paraná –são 13 no total.
Atualmente, suas penas, somadas, chegam a 62 anos e 11 meses de prisão.
As informações são de reportagem de Estelita Hass Carazzai e Mario Cesar Carvalho na Folha de S.Paulo.
"Foi muito bom para ele, mas queremos mais e seguimos lutando", disse o advogado de Duque, Antônio Figueiredo Basto.
O benefício foi concedido tendo como base a lei de lavagem
de dinheiro, que dá liberdade ao juiz para conceder redução de pena a
réus colaboradores ou confessos.
Duque está preso no Paraná desde março de 2015.
Especialistas criticaram a decisão e o Ministério Público Federal disse que vai recorrer.
O juiz Sergio Moro errou ao condicionar um benefício ao
ex-diretor da Petrobras Renato Duque ao fechamento de acordo de delação
com procuradores, segundo dois especialistas ouvidos pela Folha –o
ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça Gilson Dipp e o professor de
direito da USP Gustavo Badaró).
Badaró afirma que o juiz violou a lei ao incentivar que
Duque faça o acordo. "A lei veda que o juiz tome qualquer parte no
acordo de colaboração. Ao oferecer um incentivo, ele violou esse vedação
legal. É um exemplo claro de como o juiz Moro perde a imparcialidade em
certos episódios".
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