Minas 247 – O
PSDB já começou a preparar as exéquias do senador afastado Aécio Neves
(PSDB-MG), que terá seu pedido de prisão julgado no próximo dia 20. É o
que fica claro na entrevista concedida pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) a Talita Fernandes e Bruno Boghossian, na Folha.
Pela primeira vez, um
dirigente tucano afirmou que Aécio não é inocente no escândalo JBS, em
que foi flagrado num esquema de propinas de R$ 2 milhões – dinheiro
recebido por seu primo Fred Pacheco; "Uma pegadinha, com certeza. Foi
montado. Agora, isso não o inocenta totalmente, porque foi montada uma
armadilha e ele caiu. Tem que averiguar quais as razões que teve para
ele cair", disse Tasso, ao se referir à ação controlada da Polícia
Federal que gravou Aécio, sua irmã Andrea Neves e seu primo Fred.
Tasso também deixou claro
que o apoio do PSDB a Michel Temer é insustentável. "Não tenho condições
de dizer se ele é culpado ou não, mas tenho condições de dizer que,
praticamente com todo o seu gabinete preso, processado ou pego em
flagrante, e as próprias gravações com ele, ele precisa muito
rapidamente comprovar sua inocência para ter autoridade suficiente para
levar esse momento difícil."
Segundo o senador, o sistema político brasileiro entrou em colapso. "A
crise não vai se aprofundar apenas por causa da decisão eventual da
PGR. Estamos vivendo um sistema político que apodreceu e morreu. A
corrupção que era de batedor de carteira virou de quadrilhas
internacionais", afirma. Ele diz ainda que os deputados votarão
livremente sobre a acusação contra Temer que será oferecida pela
procuradoria-geral da República. "Não
há decisão, mas com certeza os deputados vão agir como juízes e votar
de acordo com sua consciência, não de acordo com orientação".
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