247 - O périplo internacional de Michel
Temer se consolidou como devastador para o que ainda restava da imagem
do Brasil para o mundo. Na Rússia, Temer foi rebaixado pelo presidente
Vladimir Putin, que não foi recebê-lo no aeroporto, e foi ignorado pela
mídia russa.
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Temer assinou com Putin cinco acordos bilaterais com pouco
ou nenhum resultado prático para ajudar o País a sair da mais severa
depressão econômica. Em um deles, ironicamente, Temer se comprometeu a
aumentar esforços no combate à corrupção. Coincidentemente, durante a
visita de Temer à Rússia, ele viu os Estados Unidos suspenderem a
importação de carne in natura brasileira.
Na Noruega foi pior: Michel Temer chamou o país de Suécia,
viu o Brasil perder metade do fundo de combate ao desmatamento na
Amazônia e ainda ouviu da primeira-ministra Erna Solberg a necessidade
de limpeza de corruptos.
Resultado não poderia ser pior. O mundo acompanha a tragédia
brasileira perplexo. Enquanto o jornal francês Le Monde diz que o País
se tornou um "estrela pálida na cena internacional" (leia aqui),
a fundação alemã Konrad Adenauer aponta que, sob Temer, o Brasil perdeu
"importância no cenário internacional" e "está desperdiçando seu
potencial geopolítico".
Leia reportagem do Opera Mundi sobre a faundação alemã:
Imagem do Brasil no exterior se deteriora rapidamente, diz fundação alemã ligada a partido de Merkel
A Fundação Konrad Adenauer, ligada à União Democrata-Cristã
(CDU), partido de Angela Merkel, chanceler alemã, divulgou um relatório
em que afirma que o Brasil perdeu "importância no cenário internacional"
e que o país "está desperdiçando seu potencial geopolítico".
O documento, publicado em alemão no dia 13 de junho e em
português nesta sexta-feira (23/06), critica Michel Temer e diz que ele
"perdeu credibilidade e continua conseguindo manter-se no poder por meio
de manobras políticas questionáveis". "Não obstante, a saída de Temer
tampouco parece ser a solução do problema", acrescenta o documento que
diz que "não há saída à vista".
A Fundação ainda critica o poder Legislativo, que não votou e
não debate as reformas estruturais do país porque a maior parte dele
também está envolvido na Operação Lava Jato, e o Judiciário, por estar
ficando cada vez "mais politizado".
O texto também classifica como uma "farsa" o julgamento da
chapa vencedora das eleições de 2014, formada por Dilma Rousseff e
Michel Temer, feito recentemente pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os únicos elogios vão para a Lava Jato que, para a entidade, é um sinal
na mudança da "cultura da impunidade" do Brasil.
Com tantos problemas internos, o país está perdendo espaço
no campo internacional, provocando um isolamento que pode ser difícil de
reverter, diz a Fundação. "É sintomático que a chanceler alemã Angela
Merkel (CDU) tenha deixado o Brasil de fora de sua viagem de quatro dias
à América Latina, cuja pauta incluía temas relacionados ao G20, grupo
do qual o Brasil faz parte; e as consultas de governo em alto nível,
previstas para serem realizadas entre Brasil e Alemanha no início do
verão europeu, tenham sido canceladas", afirma a entidade.
"O Brasil, que já era considerado um 'global player', está
desperdiçando seu potencial geopolítico. Esse isolamento é um passo que o
Brasil não deveria arriscar, pondo a perder conquistas políticas e
econômicas – mas não há saída à vista", finaliza o documento.
Em seu site, a Fundação Konrad Adenauer se descreve como
"uma fundação política alemã, independente e sem fins lucrativos",
presente no Brasil desde 1969, cujos "interesses específicos são a
consolidação da Democracia, o fomento da unificação europeia, a
intensificação das relações transatlânticas e a cooperação na política
em prol do desenvolvimento".
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