247 - A equipe de defesa de Michel Temer, com aval do
peemedebista, desferiu ataques públicos contra o Ministério Público
Federal neste domingo (4) para blindar o presidente do impacto político
que a prisão do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) pode surtir
sobre o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Gestado há alguns dias nos bastidores e tornado público após
a prisão de Loures, o discurso é o de que o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, atua com intenções políticas e tenta
"constranger" a Justiça Eleitoral a condenar o peemedebista no
julgamento da chapa Dilma-Temer, que será retomado nesta terça-feira
(6).
As informações são de reportagem de Marina Dias na Folha de S.Paulo.
"Temos indicativos de que virão movimentos e iniciativas de
Janot às vésperas do julgamento do TSE na tentativa de constranger o
tribunal a condenar o presidente", afirmou o advogado Gustavo Guedes,
responsável pela defesa de Temer no TSE. "Nos preocupa muito o
procurador-geral da República se valer de toda a estrutura que tem para
tentar constranger um tribunal superior".
A estratégia foi sacramentada horas depois da detenção de
Loures, em uma reunião entre Temer e seus auxiliares no Palácio do
Jaburu, na noite de sábado (3).
A preocupação é a de que o ex-deputado possa negociar um
acordo de delação que implique o presidente, o que aceleraria ainda mais
o que integrantes do governo consideram ser uma escalada da PGR e de
integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) contra o Planalto.
Para assessores de Temer, Janot e o ministro do STF Edson
Fachin, relator da Lava Jato na corte, têm agido numa espécie de
"dobradinha" para fechar o cerco a Temer, alvo de um inquérito por
obstrução de Justiça, corrupção e formação de organização criminosa com
base na delação da JBS, que também compromete Loures".
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