247 - Michel Temer já mostrou que está
disposto a embarcar no "toma-lá dá-cá" para conseguir barrar a denúncia
contra ele na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. Mesmo
assim, aliados do governo fizeram as contas e constataram: o Planalto
ainda não tem votos suficientes para ter uma vitória na comissão.
Mapas de votação feitos por líderes governistas mostram que o
governo tem assegurados apenas 30 votos a favor de Temer entre os 66
integrantes da comissão. Há 21 indecisos que têm demonstrado
insatisfação com o Planalto e ameaçam se posicionar contrariamente.
Temer precisa de 34 votos para garantir que a CCJ recomende o
arquivamento da denúncia, que depois ainda precisará ser votada em
plenário. A meta é ter pelo menos 40 votos, o que daria uma margem de
segurança para obter um relatório favorável contra a denúncia.
Partindo de um placar já desfavorável, auxiliares de Temer
acreditam que a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que foi
braço-direito de Temer no governo, pode dificultar o trabalho de
convencimento dos deputados indecisos.
"A prisão logicamente traz mais uma instabilidade política,
mais turbulência naquilo que a oposição deverá fazer durante toda a
semana", disse o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE).
"Não podemos permitir que fatores externos possam ser utilizados na
tentativa de trazer um tumulto ainda maior."
O mapa de votos dos líderes governistas revela que há risco
significativo de traição a Temer nos partidos da base aliada, que detêm
cargos no governo.
Ao menos 5 dos 7 integrantes da CCJ indicados pelo PSDB, que comanda quatro ministérios, devem votar contra Temer.
As informações são de reportagem de Bruno Boghossian, Gustavo Uribe e Daniel Carvalho na Folha de S.Paulo.
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