SP 247 - O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad,
considerado uma opção para o PT em 2018 caso Lula não seja candidato,
concedeu uma entrevista à Folha de S.Paulo em que faz uma análise do
poder no País.
Para Haddad, tucanos e petistas perderam a chance, quando
estavam no poder, de propor uma reforma política, ficando assim reféns
do atraso.
"A verdade é que PT e PSDB, que estruturaram a política
desde 1994, cada um à sua maneira manteve o outro refém do atraso. Não
tiveram a clareza de que tinham que ter uma agenda comum, do ponto de
vista institucional, que passava pela reforma política.
Nem Fernando Henrique Cardoso nem Lula, que tinham liderança
para estimular dirigentes a buscarem uma solução, fizeram o movimento.
Quando PT e PSDB estavam fortes, não fizeram", afirmou.
Fernando Haddad criticou ainda o uso das delações premidas e
afirma que uma testemunha o inocentou da acusação de ter recebido via
caixa dois da UTC, em 2012. "Mas estamos em julho de 2017. Passou a
eleição. Faz o quê com isso?", indaga.
"O problema das delações é que em todo lugar em que esse
instituto foi acolhido há um protocolo bastante rígido. Subjetivismos
não são aceitos. Fatos impossíveis de comprovação também não. Aqui
introduzimos uma novidade sem as cautelas regulamentares. Qual o
protocolo para delação com trecho falso? Essas regras deveriam estar
claras antes do primeiro uso".
As informações são de reportagem de Daniela Lima na Folha de S.Paulo.
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