Sergipe 247 - O ex-presidente Lula já
começou a colocar em prática a estratégia política com foco em 2018. E
começou pelo Nordeste. Na última semana, ele se reuniu com o governador
de Sergipe, Jackson Barreto (que embora do PMDB, é aliado histórico do
PT e foi contra o impeachment de Dilma Rousseff). Ao sergipano, ele
defendeu união das forças progressistas em torno de um projeto que seja
capaz de tirar o Brasil da crise, mas garantindo os direitos e
conquistas do povo. Disse ainda que viajará a Sergipe em agosto.
A visita ao menor Estado da Federação faz parte de uma
agenda ampla do ex-presidente pelo Nordeste, reduto eleitoral do PT. A
viagem deve começar pela Bahia e se estenderá por todos os Estados. Há
possibilidade de que este périplo aconteça de ônibus. Em Sergipe, por
exemplo, Lula irá a três cidades: a capital Aracaju, além de Lagarto e
Itabaiana, municípios que receberam grandes ações dos governos
Lula/Dilma, como universidades, hospitais e casas populares.
O governador fez um relato da reunião com Lula: "Ele quis
ouvir de mim um compromisso sobre uma possível candidatura ao Senado,
pois ele avalia que um governo progressista irá necessitar mais do que
nunca de um Congresso Nacional que apoie as decisões que beneficiem o
povo. Não um apoio para que o governo possa atrofiar os direitos
históricos conquistados pelo povo, mas para ampliá-lo", contou Jackson.
Ou seja, Lula costura com aliados no Nordeste candidaturas
que possam dar base política na Câmara e no Senado para ele, caso
conquiste a eleição de 2018. As pesquisas hoje revelam que está
possibilidade é cada vez mais real.
Agenda com lideranças
É prova ainda do foco do ex-presidente pelo Nordeste o fato
de ter, ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, escolhido o
nordestino Márcio Macêdo como vice-presidente nacional do partido.
Márcio, que é ex-deputado federal por Sergipe e que foi tesoureiro
nacional nos últimos dois anos, terá a missão de organizar estas agendas
políticas com lideranças do Nordeste. A reunião com Jackson Barreto foi
o primeiro resultado desta articulação.
"Fiquei muito satisfeito em começar minhas atividades como
vice-presidente do PT pelo meu Estado, participando deste encontro entre
Lula e Jackson. Foi uma conversa muito amistosa e qualificada. Isso me
deu uma alegria enorme, de começar a discutir com os estados, com as
lideranças do país inteiro, a conjuntura nacional. Os desafios que bloco
de centro-esquerda e de democratas tem para 2018 e as bases de um
projeto para o país", relata Márcio, sobre o encontro que ocorreu na
última sexta-feira (7).
"Unidade nacional"
Muito próximo a Lula, Márcio avalia que "ganhando a eleição,
o ex-presidente vai construir a unidade nacional". "O Lula tem
experiência, tem força política, tem maturidade, não é um homem que tem
ódio no coração, sabe do papel dele para o país e para a história.
Então, há uma chance de vencer a intolerância e o ódio e o país voltar a
crescer. Não é uma tarefa simples nem fácil. A sociedade está
fragmentada. Nós acreditamos que o povo não é problema, que é a saída:
mercado de massas, investimento regional, programas sociais. Então, isso
precisa ser retomado e ampliado, transformado em política de Estado",
afirmou ele, em entrevista ao portal JL Política.
De acordo com o vice-presidente, "há um novo programa para a
nação" sendo elaborado para ser apresentado por Lula aos brasileiros.
""Tem que se debruçar sobre temas que não foram debatidos, como as
reformas trabalhista, agrária e política, o diálogo sobre a
democratização da mídia, a superação do presidencialismo de coalizão,
para evitar que fique refém de um Parlamento conservador e atrasado.
Tudo isso estará no novo plano", explica.
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