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cada dia, fica mais claro que a democracia brasileira foi golpeada em
razão do fator Lula. Depois da quarta vitória sucessiva do PT, em 2014, a
direita nacional não suportou a hipótese da volta de Lula em 2018. Na
fase um do golpe, a presidente legítima Dilma Rousseff foi derrubada com
a armação em torno das chamadas "pedaladas fiscais". A fase dois, que
prevê a condenação do ex-presidente Lula em primeira e segunda
instâncias, está em pleno curso.
No entanto, o tiro pode
sair pela culatra. Segundo o colunista Reinaldo Azevedo, ao condenar
Lula sem provas, o juiz Sergio Moro se tornou num de seus principais
cabos eleitorais. "Hoje, um de seus cabos eleitorais involuntários,
dadas a sentença e a resposta aos embargos de declaração, é Moro. Ele
empurrou para o TRF-4 uma escolha sem saída virtuosa: ou confirma uma
condenação sem provas e alheia à denúncia, o que seria um desastre, ou
absolve o chefão petista, outro desastre", diz Reinaldo, em artigo publicado nesta sexta-feira.
O jornalista que concorda
com a defesa de Lula e diz que a condenação não guarda relação com a
acusação proposta pelo Ministério Público. "Indagado, nos embargos de
declaração, a respeito da ausência de nexo, na sentença, entre o
apartamento e os contratos, o juiz respondeu de forma surpreendente e
insólita: 'Este juízo jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que
os valores obtidos pela Construtora OAS nos contratos com a Petrobras
foram usados para pagamento da vantagem indevida para o ex-presidente'. E
a acusação feita pelo MPF? Se um juiz acha que um réu deve ser
condenado por algo distinto do que está na denúncia que ele próprio
aceitou, é forçoso que isso seja feito em outro processo", diz Reinaldo.
"Moro aceitou, em setembro
do ano passado, a denúncia contra Lula por corrupção passiva e lavagem
de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá. Segundo o Ministério Público,
o imóvel era pagamento de propina decorrente de três contratos que
consórcios integrados pela OAS mantinham com a Petrobras. Assim,
restaria aos procuradores a tarefa de apresentar as provas de que eram
os tais contratos a origem daquele bem. A
condenação veio. Mas as coisas se complicaram. Se o MPF não apresentou
as provas de que o imóvel pertence a Lula, e não as apresentou!,
tampouco conseguiu evidenciar a relação entre aquelas obras em
particular e o dito-cujo". diz o jornalista. Segundo ele, "Moro, em suma, criou a versão dissertativa do PowerPoint de Deltan Dallagnol".
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