247 - Sinal de alerta no Palácio do
Planalto. A prisão do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira
Lima, nesta segunda-feira, 3, chamado de “mensageiro” pelo empresário
Joesley Batista, da JBS, fez com que aliados de Michel Temer também
começassem a se preocupar com investidas sobre os outros dois homens
fortes do peemedebista: os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e
Moreira Franco (Secretaria-Geral).
Investigados na Operação Lava Jato, eles são os auxiliares mais próximos de Michel Temer.
Na avaliação de assessores do Planalto, a Procuradoria-Geral
da República (PGR) pode agora tentar acelerar as apurações contra os
dois peemedebistas, na avaliação de assessores do Planalto. Com isso, a
prisão de Geddel na Operação Cui Bono?, um amigo pessoal de Temer há
mais de 30 anos, reacendeu a preocupação com a crise política, uma vez
que a semana havia começado em um clima mais “tranquilo”, nas palavras
de um aliado.
Com as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), na
sexta-feira passada, de devolver as funções parlamentares de Aécio Neves
(PSDB-MG) ao Senado e soltar o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR), o Planalto avaliava que poderia se concentrar nas
articulações com a base para ter voto suficiente na Câmara para barrar a
denúncia por corrupção passiva apresentada por Janot contra Temer. São
necessários 342 votos para dar prosseguimento da acusação.
Agora o governo quer evitar que o caso Geddel contamine as
negociações na Câmara. Embora aliados tentem minimizar o impacto da
prisão, sob a alegação de que não tem relação com o caso JBS, foi com
base nos depoimentos de Joesley e também do operador Lúcio Funaro que a
prisão preventiva foi decretada. Em entrevista a Época, o empresário
afirmou que Geddel era o “mensageiro” de Temer para tratar de interesses
do Grupo J&F e o responsável por averiguar se Funaro e o deputado
cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ambos presos na Lava Jato, não fariam
delação.
Interlocutores do Planalto já diziam que a prisão do
ex-ministro seria um baque para o peemedebista. Logo depois de tomar
conhecimento da prisão de Geddel, auxiliares de Temer não conseguiam
disfarçar o desânimo com mais uma notícia negativa para o governo.
As informações são de reportagem de Carla Araújo no Estado de S.Paulo.
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