247 - Marcos Valério, que teve sua proposta de delação
rejeitada pelo Ministério Público Estadual de Minas Gerais (MP-MG),
fechou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal (PF). Por
citar políticos com foro privilegiado, o acordo aguarda a homologação
do Supremo Tribunal Federal (STF).
O delator relatou bastidores de operação para retirar da
CPMI dos Correios, em 2005, documentos sobre a relação do Banco Rural
com tucanos em Minas, tema que já é alvo de inquérito no STF, motivado
por delação do ex-senador Delcídio Amaral. A operação teria contado com a
participação dos então subrelatores da CPMI Carlos Sampaio (PSDB-SP) e
Eduardo Paes (à época no PSDB-RJ). Integrantes do Banco Rural teriam
escondido documentos no Uruguai.
(...)
No acordo, entre outras coisas, Valério sustenta que suas
agências de publicidade participaram do financiamento ilegal da
atividade política de Aécio desde os anos 90. Afirma que o tucano
recebia 2% do faturamento bruto dos contratos do Banco do Brasil no
governo FH, valores que seriam pagos por meio de Paulo Vasconcelos,
citado como representante de Aécio junto à empresa.
Valério também sustenta que parte dos recursos desviados da
campanha pela reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB-MG), em 1998 — no
processo que ficou conhecido como mensalão mineiro — abasteceu caixa 2
da campanha de Aécio a deputado federal.
O operador cumpria pena de 37 anos de prisão pela ação do
mensalão na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG), e foi
transferido na segunda-feira para a Associação de Proteção e Assistência
a Condenados (Apac), em Sete Lagoas (MG), a pedido da PF. A
transferência para a unidade — que propõe atendimento humanizado de
presos e tem vagas limitadas — era solicitada desde o ano passado por
seus advogados, mas não havia vagas.
As informações são de reportagem de Thiago Herdy em O Globo.
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