247 - O desemprego entre os jovens no Brasil atinge sua
maior taxa em 27 anos. Dados apresentados pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT) apontam que, ao final de 2017,
praticamente 30% dos jovens brasileiros estariam sem trabalho. "Trata-se
da maior taxa desde 1991", aponta a entidade, com sede em Genebra.
A estimativa sobre o índice brasileiro é mais de duas vezes
superior à média internacional. Segundo a OIT, o desemprego entre jovens
no mundo é de cerca de 13,1%. A situação brasileira só é equivalente às
taxas registradas nos países árabes, que viram o desemprego desencadear
uma importante crise política e social a partir de 2011.
Hoje, entre as mais de 190 economias avaliadas pela OIT,
apenas 36 delas tem uma situação pior que a do Brasil para os jovens. Na
Síria, por exemplo, a taxa de desemprego entre os jovens é de 30,6%,
contra 34% no Haiti.
A queda do crescimento da economia brasileira, informalidade
e as incertezas de investimentos teriam gerado o salto no desemprego
dessa camada nos últimos anos, ainda que o pico possa já ter sido
atingido. "Houve uma enorme desaceleração de alguns países, entre eles o
Brasil", disse a diretora de Política de Desenvolvimento e Emprego da
OIT, Azita Awad.
Em 1991, a taxa brasileira de desemprego entre os jovens era
de 14,3% e, em 1995, chegou a cair para 11,4%. Mas a segunda metade da
década de 90 registrou um aumento, com um pico em 2003. Naquele ano, o
desemprego de jovens era de 26,1%. Entre 2004 e 2014, a taxa sofreu uma
queda substancial, chegando a 16,1%.
As informações são de reportagem de Jamil Chade no Estado de S.Paulo.
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