247 - Não é
apenas a mortalidade infantil que cresce no país do golpe: o aumento da
mortalidade materna passou a figurar no conjunto do fosso estatístico
do país. Após não ter cumprido compromisso internacional para a redução
de 75% das mortes maternas até 2015, o Brasil conseguiu ser ainda pior,
bem pior: registrou aumento dessa ocorrência em 2016. A morte materna é
qualquer morte que acontece durante a gestação, parto ou até 42 dias
após o parto, desde que decorrente de causa relacionada ou agravada pela
gravidez. 92% dessas mortes são evitáveis e ocorrem principalmente por
hipertensão, hemorragia, infecções e abortos provocados.
"Segundo dados do Ministério da
Saúde, a taxa de mortalidade materna já vinha mal nos últimos anos:
depois de cair 56% desde 1990, teve leve alta em 2013. Voltou a cair em
2015, num sinal de estabilização, e teve um repique em 2016 —último ano
com dados oficiais consolidados. Em
2000, o país fez pacto para baixar em 75% as mortes maternas até 2015
dentro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, fixados pela ONU com
apoio de 191 países. A meta era
se limitar a 35 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Mas em 2015 a taxa
ficou em 62 por 100 mil nascidos vivos (redução de 57%) e, no seguinte,
subiu para 64,4.
As regiões Norte e Nordeste
concentram as taxas mais altas (84,5 e 78). No Amapá, chega a 141,7,
índice comparável a países como Butão e Argélia. O
Sul e o Sudeste brasileiros têm os menores índices: 44,2 e 55,8,
respectivamente. Ainda assim, estão distantes de países como Polônia,
Finlândia, Suécia, Áustria e Itália, que registram entre 3 e 4 mortes
maternas por 100 mil nascidos vivos, segundo dados de 2015. Em
maio deste ano, o Brasil reiterou a meta de redução da mortalidade
materna em 50% nos próximos 12 anos, chegando a 30 mortes por 100 mil
nascidos vivos em 2030 —o plano original era chegar a 2030 com 20 mortes
por 100 mil".
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