Senador do PSDB nega apoio a Bolsonaro por ele ter defendido mandante de assassinato de sua mãe

 
247 - O senador Rodrigo Cunha (PSDB), mais votado de Alagoas, negou oficialmente apoio a Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno. A razão apontada por Cunha em uma carta publicada nas redes sociais é o apoio de Bolsonaro ao mandante do assassinato de sua mãe, Ceci Cunha, Talvane Albuquerque. Ceci Cunha é vítima de um dos crimes políticos mais conhecidos do país. Eleita deputada federal por Alagoas, ela e mais três pessoas de sua família foram executadas a mando de Talvane Albuquerque que era o seu suplente na Câmara dos Deputados. 
A reportagem do portal Yahoo destaca que as "investigações apontaram Talvane Albuquerque como mentor intelectual do crime. Ele acabou tendo o mandato de deputado federal cassado e foi preso posteriormente. Um dos poucos congressistas a votar contra a cassação foi Jair Bolsonaro. Em carta aberta publicada em seu perfil no Facebook, Rodrigo Cunha nega apoio aos dois presidenciáveis e —sem citar nominalmente Bolsonaro— diz que uma candidatura propõe soluções extremas que fragilizam a democracia. 'Como todos sabem, fui vítima da violência, mas nem por isso me associei a uma linha de pensamento propagadora do extremismo como instrumento de pacificação e como meio ameaçador da convivência plural entre os mais diversos segmentos da sociedade', diz trecho da postagem".
Leia a carta do senador Rodrigo Cunha, publicada em seu Facebook

Carta aberta aos alagoanos e brasileiros
A política tem como função central gerar bem-estar e liberdade para as pessoas e não pode ser instrumento de propagação de guerras ideológicas desarrazoadas. 
Devemos buscar incessantemente a convivência harmônica entre o respeito à diversidade e a preservação da individualidade; entre a busca da liberdade e a construção da igualdade e entre o desenvolvimento econômico e a assistência social.
Infelizmente, a polarização política no Brasil ganhou contornos insustentáveis e aponta para a necessidade urgente de um agir comunicativo inovador e que promova pontes entre os cidadãos brasileiros.
Do lado do espectro ideológico à direita, vemos uma candidatura apoiada em discursos que se aproveitam da insatisfação da população para propor medidas extremistas que fragilizam a democracia.
Como todos sabem, fui vítima da violência, mas nem por isso me associei a uma linha de pensamento propagadora do extremismo como instrumento de pacificação e como meio ameaçador da convivência plural entre os mais diversos segmentos da sociedade.
De outro lado do espectro ideológico mais à esquerda, vemos uma candidatura que não conseguiu aglutinar as forças progressistas e democráticas do Brasil a qual insiste em rotas políticas viciadas e em não reconhecer erros partidários históricos.
Quero ser o Senador do diálogo e da mediação política. Quero ser o Senador que colabore decisivamente para o Brasil recuperar um centro político propositivo, construtor de políticas públicas progressistas e geradoras de uma cidadania de resultado para os alagoanos e brasileiros.
Nosso povo pode continuar a esperar de mim a mesma independência, transparência e equilíbrio na minha atuação política. Foram elas os alicerces na minha estrada da vida.
E são estes mesmo atributos que não me fazem sentir representado por nenhuma das candidaturas postas para governar o Brasil, as quais aguçam extremos políticos que não fazem bem ao nosso país. 
Por isso, minha orientação é que os eleitores procurem pesquisar e analisar cuidadosamente, buscando sempre a verdade, direcionando o voto de acordo com seus princípios e consciência.
Sigo firme em nome dos valores democráticos e confiante de que atuarei no Senado em defesa de Alagoas, do Brasil e com muita independência e diálogo com a população.
Rodrigo Cunha

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