A divulgação da lista de supostos repasses feitos pela construtora
Odebrecht para mais de 200 políticos de diversos partidos atingiu
praticamente todos os membros do quartel general que articula o
impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Os documentos referem-se à 23ª fase da Operação Lava Jato, deflagrda
no dia 22 de fevereiro sob o nome Acarajé, e foram apreendidos em poder
do executivo da empreiteira Benedicto Barbosa da Silva Júnior. Entre os
diversos documentos apreendidos pela PF com Benedicto estão comprovantes
de pagamentos, transferências bancárias e planilhas com nomes de
centenas de políticos.
Entre eles aparecem a cúpula do PSDB: os senadores Aécio Neves (MG),
presidente nacional do partido, Cássio Cunha Lima (PB), líder do PSDB no
Senado, José Serra (SP), apontado como o principal conspirador do
impeachment, Agripino Maia (RN), presidente nacional do DEM, os
deputados Antônio Imbassahy (BA), líder do PSDB na Câmara, e Eduardo
Cunha (PMDB), presidente da Câmara. O governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), também aparece.
Também há políticos da base do governo citados nas planilhas de
Benedicto. Entre eles estão os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), José
Sarney (PMDB-AP), Romero Jucá (PMDB-RR) e Humberto Costa (PT-PE), além
do chefe de Gabinete da presidente Dilma, Jaques Wagner, do PT, do
ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.
O material foi inicialmente divulgado pelo jornalista Fernando
Rodrigues, do UOL. Segundo ele, o material possivelmente é o mais
completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela da empresa
descoberta e revelada ontem na investigação.
Os documentos foram divulgados nesta terça pela Polícia Federal. No
início da tarde desta quarta, o juiz Sérgio Moro determinou o sigilo das
listas. "Em decorrência de notícias da imprensa, constato que,
aparentemente, na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior foram
apreendidas listas com registros de pagamentos a agentes políticos", diz
Moro no despacho.
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