Novo presidente da Petrobras, o ex-ministro Pedro Parente, que foi
chefe da Casa Civil de FHC, terá de lidar, logo na largada, com a
insatisfação dos petroleiros.
Em nota, a Federação Única dos Petroleiros repudia a nomeação de "um
ex-ministro de FHC que chancelou processos de privatização e tem em seu
currículo acusações de irregularidades e improbidade na administração
pública". Eles citam contratos de parceria com o setor privado para
construção de usinas termoelétricas, entre 2000 e 2003, que "geraram
prejuízos de mais de US$ 1 bilhão à Petrobras, que se viu obrigada a
assumir integralmente as termoelétricas para evitar perdas maiores".
Leia abaixo:
REPUDIAMOS A INDICAÇÃO DE PEDRO PARENTE PARA A PRESIDÊNCIA DA PETROBRÁS
A indicação de Pedro Parente para a presidência da Petrobrás é fortemente rechaçada pela Federação Única dos Petroleiros.
É inadmissível termos no comando da empresa um ex-ministro do governo
Fernando Henrique Cardoso que chancelou processos de privatização e tem
em seu currículo acusações de irregularidades e improbidade na
administração pública.
O perfil ultraliberal de Pedro Parente o descredencia por completo
para assumir o comando de uma empresa estatal que tem sido a âncora do
desenvolvimento e das políticas públicas estruturantes do país.
Sua nomeação está na contramão das lutas travadas pelos trabalhadores para evitar o desmonte do Sistema Petrobrás.
O currículo de Pedro Parente não deixa dúvidas sobre que lado ocupa
na luta de classes. Ele participou ativamente dos dois mandados do
governo FHC, onde atuou como Secretário Executivo do Ministério da
Fazenda, entre 1995 e 1999, e como Chefe da Casa Civil, entre 1999 e
dezembro de 2002. No final de 2000, passou a acumular a presidência da
Câmara de Gestão da Crise Energética, o chamado "ministério do apagão",
responsável por uma série de arbitrariedades, como racionamento e cortes
de energia e multas altíssimas impostas aos consumidores.
Um dos maiores escândalos protagonizados por Pedro Parente no governo
tucano foram os contratos para compra de energia emergencial e as
“compensações” feitas às concessionárias privadas e aos investidores
atraídos pelo Programa Prioritário de Termeletricidade, que impôs
prejuízos bilionários à Petrobrás. Professores do Instituto de
Eletrotécnica e Energia da USP chegaram na época a denuncia-lo ao
Ministério Público Federal por improbidade administrativa.
Sob a chancela de Pedro Parente, a Petrobrás teve que assinar
contratos de parceria com o setor privado para construção de usinas
termoelétricas, entre 2000 e 2003, onde se comprometeu a garantir a
remuneração dos investidores, mesmo que as empresas não dessem lucro,
bem como cobrir os custos dos empreendimentos, caso a venda de energia
não fosse suficiente para sustentar os investimentos.
A chamada "contribuição de contingência" gerou prejuízos de mais de
US$ 1 bilhão à Petrobrás, que se viu obrigada a assumir integralmente as
termoelétricas para evitar perdas maiores. O valor das usinas,
avaliadas em US$ 800 milhões, equivalia a um terço dos US$ 2,1 bilhões
que a estatal teria que desembolsar para honrar as compensações
garantidas aos investidores até o final dos contratos, em 2008. Tudo
autorizado por Pedro Parente.
Não é com gestores deste perfil que a Petrobrás vencerá a crise que
atravessa. A FUP repudia sua indicação e exige que toda a diretoria da
gestão Bendine entregue seus cargos, caso o Conselho de Administração da
empresa aprove a nomeação de Pedro Parente.
Os petroleiros seguirão em luta contra o desmonte do Sistema Petrobrás e não darão um minuto de sossego aos entreguistas.
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