A operação para prender o hacker Silvonei José de Jesus
Souza, que clonou o celular de Marcela Temer e ameaçou "jogar na lama" o
nome de Michel, teve aspectos cinematográficos, com 33 policiais civis
envolvidos, entre delegados, investigadores e peritos, e escutas
telefônicas em tempo real na perseguição, em abril de 2016. Pouco antes,
Souza ameaçou divulgar um áudio de WhatsApp furtado do celular de
Marcela caso não recebesse R$ 300 mil. À época, Michel Temer era vice de
Dilma Rousseff e o impeachment ainda seria votado na Câmara dos
Deputados.
A quantidade de homens mobilizados pela polícia foi
semelhante ao que atuou na investigação da maior chacina já registrada
no Estado, que deixou 17 mortos em Osasco e Barueri, em agosto de 2015.
Temer preferiu que investigação acontecesse em SP, sob o comando de
Alexandre de Moraes, ao invés de ficar a cargo da Polícia Federal, então
subordinada ao ministro da Justiça da época, Eduardo Cardozo.
As informações são de reportagem de Folha de S.Paulo.
"Em 11 de maio, após cerca de 20 dias de investigação,
policiais civis à paisana foram ao prédio de Souza, na zona sul de São
Paulo. Viram a caminhonete da família do hacker, uma Santa Fe, sair da
garagem. Seguiram-na até uma escola, onde a mulher do suspeito foi
buscar os filhos. Souza não estava junto.
Uma equipe de PMs que fazia ronda desconfiou dos policiais
civis descaracterizados e os abordou na porta da escola. Enquanto os
policiais se apresentavam aos PMs, a mulher do hacker telefonou para
ele, avisando sobre o cerco.
Souza fugiu do apartamento sem ser visto. Na fuga, telefonou
para uma série de pessoas, mas seu celular estava sendo rastreado e
grampeado. Foi preso ao pedir para um amigo ir buscá-lo.
Também ligou para seu advogado, revelando que os HDs que
continham os arquivos estavam em cima de seu guarda-roupa. A polícia
ouviu a ligação e, com mandado de busca e apreensão, levou todos os
equipamentos encontrados na casa.
Além de Souza, sua mulher e outras duas pessoas foram
detidas e liberadas após a investigação descartar o envolvimento delas
no crime".
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