Houve um tempo em que
Fernando Henrique Cardoso era chamado de "príncipe da sociologia".
Quando ele se tornou presidente, em 1994, a primeira coisa relevante que
disse foi "esqueçam o que eu escrevi".
Nesta segunda-feira, FHC
conseguiu se tornar o tema mais comentado nas redes sociais ao tratar o
apresentador Luciano Huck, conhecido por programas de auditório de
caráter populista e assistencial, como "o novo na política".
Triste fim de carreira para
o sociólogo e também para o político, que foi peça decisiva no processo
de destruição da democracia brasileira.
Sem o aval de FHC, o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) não teria tido força para liderar, ao lado
do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o golpe parlamentar de 2016.
Obra do PSDB e da Globo, o golpe de 2016 partiu de uma premissa falsa: a de que a economia brasileira bombaria depois que a "pinguela" Michel Temer conduzisse um programa de desmonte de programas sociais que jamais venceria nas urnas.
Depois disso, claro, um tucano seria eleito sob aplausos do povão em 2018.
O problema é que deu tudo
errado. Tucanos tradicionais, como Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José
Serra, vulgos Mineirinho, Santo e Careca, foram abatidos pela Lava Jato.
Para piorar, a economia
afundou e a imagem do PSDB foi à lona por estar associada ao fim das
garantias trabalhistas e das aposentadorias, que são o eixo central do
governo Temer-PSDB.
Depois do dilúvio, a nova
aposta de FHC e da Globo, é na imbecilização completa do povo
brasileiro, como se Luciano Huck, que é apenas uma página no Twitter com
milhões de robôs que o seguem, tivesse cacife para se tornar presidente
da República.
Vergonha alheia foi o
sentimento mais comum provocado pela entrevista de FHC, que parece
acreditar que o Brasil se transformou num gigantesco programa barato de
auditório.
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