FHC volta a pedir renúncia de Temer e, sobre Aécio, diz: fatos são fatos

 
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a pedir a renúncia de Michel Temer e disse que o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), gravado pedindo R$ 2 milhões em propinas ao empresário Joesley Batista, do grupo JBS, ficou “inviabilizado” para presidir o partido ou disputar as eleições presidenciais de 2018. “Fatos são fatos”, resumiu.
 Segundo FHC, o Brasil passa por um "momento de anomia" – quando não existem regras – e que é necessário "botar ordem na casa". "Há falta de sentido de organização e autoridade. Em toda a parte", afirmou o ex-presidente na madrugada deste domingo (22) durante entrevista ao programa Canal Livre, da Band.
 "De repente o Ministério Público autoriza que um empresário ponha um microfone para pegar um presidente da República. Não é uma coisa banal. Por outro lado, você ouve as delações, algumas conversas são impublicáveis. Por outro lado, tem um ministro (ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin) que suspende um senador (Aécio Neves, PSDB-MG). Não estou julgando, mas estou dando elementos para dizer que está faltando ordem na casa", afirmou.
Instado a falar sobre o atual crise política derivada das gravações do empresário Joesley Batista – que envolvem até o próprio Temer, FHC disse que se a situação fosse com ele "a essa altura, estaria considerando o futuro do Brasil e pensando bem: será que eu tenho condições de governar?". Para FHC, a situação de Temer é, no mínimo, embaraçosa.  "Acho que o presidente Temer foi sincero quando ele falou (nos dois pronunciamentos após o início da crise) mas não explica tudo", disse. "Se ficar evidenciado que ele não tem defesa aceitável (...), aí ele tem obrigação moral de renunciar pra abrir espaço pra construir um futuro", afirmou.
 FHC disse, ainda, que o PSDB, partido que apoiou o golpe parlamentar que depôs a presidente Dilma Rousseff e que dá suporte ao governo Temer, tem que continuar na base aliada.  "O PSDB achou que tinha que desembarcar como se não tivesse nada com o governo. Ele (o partido) tem. Seria oportunismo sair correndo", afirmou. "O PSDB tem responsabilidade. Não cabia, a meu ver, dar uma punhalada nas costas do presidente naquele momento. Não estava nada claro", completou. 
FHC destacou, ainda, que o senador Aécio Neves "foi realmente alvejado de uma maneira grave" aoser flagrado em uma gravação pedindo R$ 2 milhões em propinas. (Aécio) agiu como tinha que agir (ao se afastar da presidência da República). Não esperou que os outros tomassem a dianteira. Conheço bem o Aécio, mas fatos são fatos. Ele ficou inviabilizado (para exercer a presidência do PSDB) até poder esclarecer (as denúncias)".

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