247 – O advogado de
Michel Temer, Antônio Claudio Mariz, já demonstra os primeiros sinais de
desânimo em relação às chances de seu cliente ser salvo.
"Se a perícia não mostrar nada, fica difícil", afirmou, segundo relato da jornalista Thais Bilenky.
Temer foi gravado pelo
empresário Joesley Batista dando aval à compra do silêncio de Eduardo
Cunha, mas sua defesa alega que os áudios podem ter sido adulterados.
Para a Polícia Federal e o
Ministério Público, no entanto, a acusação independe dessa perícia,
ainda não concluída, pois existem outros elementos de prova.
Mariz também protestou
contra a decisão do Supremo Tribunal Federal, que validou as delações da
JBS e manteve o ministro Edson Fachin como relator. "Hoje me preocupei
muito com a decisão do Supremo ao dizer que delação premiada não pode
ser anulada. Na verdade, o Supremo está se despojando de um
direito-obrigação que ele tem, que é o de dizer o Direito", afirmou,
durante palestra na Casa do Saber, em São Paulo. "Me espanta que o Supremo tenha lavado as mãos", afirmou o advogado.
O advogado de Temer também criticou a Lava Jato. "A
Lava Jato vai acabar, um dia ela termina, mas o efeito imediato é
terrível. Os juízes jovens querem ser os novos Moros [em referência a
Sergio Moro], acham que são combatentes do crime, um grande erro",
afirmou. "A sociedade precisa ser alertada de que um dia precisará de
princípios".
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