247 - O jornalista Kennedy Alencar avalia que Michel
Temer corre risco maior de ser cassado no julgamento do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) do que no inquérito no STF (Supremo Tribunal
Federal). "A preocupação do governo com a divulgação de uma eventual
gravação do ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, que foi preso no
sábado, tem relação com o julgamento no TSE. Apesar de a delação da JBS
não fazer parte desse processo na Justiça Eleitoral, uma revelação de
tal sorte, ainda que rebatida pela defesa de Temer, poderia criar
ambiente desfavorável ao presidente no tribunal", destaca.
Por outro lado, Kennedy observa que "o processo no Supremo
tende a ser barrado, porque hoje seria provável a reunião de apoio na
Câmara a favor de Temer. Mesmo que haja um pedido de vista nesta semana
de um ministro do TSE, não será possível empurrar o processo com a
barriga durante meses. Provavelmente, em uma ou duas semanas, o
julgamento seria retomado", diz. "Portanto, a principal batalha de Temer
está no TSE, porque ela tende a ter um desfecho nesta ou nas próximas
semanas", completa.
Para ele, Temer não deverá medir esforços para permanecer no
poder. "Um dos advogados de Temer, Gustavo Guedes, disse à jornalista
Marina Dias, da "Folha de S.Paulo", que o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, poderia divulgar gravação de uma nova conversa de
Rodrigo Rocha Loures, na qual o ex-deputado federal e ex-assessor
presidencial incriminaria Temer. Tal divulgação teria o objetivo de
influenciar o julgamento no TSE", ressalta.
"São graves as acusações do advogado de Temer. Gustavo
Guedes também afirmou que Janot e Fachin adotam medidas processuais para
acelerar o inquérito e prejudicar o presidente. Janot e Fachin precisam
se manifestar. Não é admissível o eventual uso político de uma
investigação contra ninguém", afirma.
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