247 – Há sinais de que Michel Temer, que traiu a presidente legítima Dilma Rousseff, será também traído.
Embora seja do mesmo
partido de Michel Temer, o deputado Sergio Sveiter (PMDB-RJ), relator da
denúncia apresentada por Rodrigo Janot por corrupção passiva contra o
ocupante da presidência da República, é muito mais ligado a Rodrigo Maia
(DEM-RJ), que assumiria o comando do País se a peça vier a ser aceita
pela Câmara.
Sveiter se elegeu pelo PSD e
só migrou para o PMDB a convite do ex-prefeito Eduardo Paes, que
iniciou sua carreira como secretário de Cesar Maia, pai de Rodrigo Maia.
Sveiter tem prometido
independência e aliados de Temer reagiram mal a sua escolha para a
relatoria na Comissão de Constituição e Justiça. "Agora acabou", teria
dito um aliado de Temer.
Sveiter também mantém boas relações com a Globo, que quer a queda de Temer e sua substituição por Maia.
Leia, abaixo, notas publicadas na coluna Painel:
Impressão digital A
escolha de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) como relator do pedido de denúncia
de Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça é um aceno para o
grupo que pode se beneficiar com a queda do peemedebista. Zveiter é
aliado de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara e principal cotado
para assumir o governo caso Temer sucumba. O Planalto diz que sua
nomeação não é notícia necessariamente ruim. Boa não é. A essa altura,
isso já significa muito.
Começo do fim Após
a formalização da escolha de Zveiter, fatia importante da base aliada
na Câmara aparentou abatimento. Deputados próximos a Temer que, até
então, mostravam otimismo disseram, em tom fúnebre, que “agora acabou”.
Leia, ainda, reportagem da Reuters:
BRASÍLIA (Reuters) -
Escolhido pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
da Câmara, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), relator da denúncia contra o
presidente Michel Temer, o deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) afirmou na
noite desta terça-feira que vai atuar com "independência" e destacou que
o seu compromisso é com o país.
Zveiter desconversou sobre
se o Palácio do Planalto teria a comemorar o fato de ele ser também do
PMDB, partido de Temer, "Não sei dizer", afirmou. Pouco antes, o
presidente da CCJ minimizara esse fato. "A questão de ser do PMDB não o
descredencia, não há vedação regimental", destacou Pacheco.
O relator da denúncia disse
que vai se reunir com o presidente da comissão para avaliar o trâmite
da denúncia, uma vez que é a primeira vez que a Câmara se depara com a
análise a respeito da autorização para que o Supremo Tribunal Federal
(STF) julgue se receberá a acusação criminal contra o presidente.
Segundo ele, há lacunas que precisam ser resolvidas sobre o rito a ser
adotado.
O deputado indicou que a
CCJ poderá adotar o mesmo rito do processo de impeachment da então
presidente Dilma Rousseff ano passado. Zveiter não quis antecipar se as
cinco sessões regimentais previstas para a tramitação do processo é
pouco ou muito para a sua análise.
Zveiter também não adiantou
se vai aceitar pedidos feitos da oposição de produção de provas. Disse
apenas que existe essa possibilidade, mas tal matéria será analisada no
devido tempo. Destacou apenas que a última palavra, após a manifestação
da CCJ, será do plenário da Câmara.
O relator é advogado de
carreira e de uma família com forte atuação no Judiciário brasileiro.
Ele presidiu a seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB).
Tanto parlamentares do
governo, quanto da oposição elogiaram a escolha. O deputado Alessandro
Molon (Rede-RJ) destacou o fato de Zveiter não ser um peemedebista
orgânico. Em seu segundo mandato, o relator está na terceira legenda -
já passou pelo PDT e pelo PSD e desde o ano passado está no PMDB.
"São vínculos menos fortes com o partido", avaliou Molon.
Um dos vice-líderes do PMDB
e indicado recentemente pela CCJ, o deputado Carlos Marun (MS) avaliou
positivamente a escolha. Disse que o relator é sereno, responsável e tem
conhecimento jurídico.
"Não vejo a mínima possibilidade de ele inventar provas", afirmou.
A base aliada de Temer quer
votar a análise na próxima semana, enquanto a oposição atua para
atrasar, ao máximo, a tramitação do caso.
Fonte: Ricardo Brito
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