247 - O Ministério da Justiça trava desde
outubro do ano passado a criação de uma força-tarefa entre Brasil e
Espanha para investigar suspeitas de crimes de corrupção e lavagem de
dinheiro envolvendo a empresa de capital misto espanhola Defex. A
Espanha pediu a criação de uma equipe de trabalho conjunta para apurar
um repasse de 7 milhões da Defex para empresas de Gregório Marin
Preciado, entre elas a Iberbrás.
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A Iberbrás apareceu na Lava Jato por causa da refinaria de
Pasadena. Segundo o delator Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano,
por meio de um contrato fraudulento com a Astra Oil, a Iberbrás escoou
propina de US$ 15 milhões destinada ao pagamento de vantagens indevidas a
funcionários da Diretoria Internacional e de Abastecimento da
Petrobrás.
Em 22 de junho deste ano, o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, enviou um ofício ao ministro da Justiça, Torquato Jardim,
cobrando uma posição sobre o pedido de formação da equipe conjunta de
investigação. No documento sigiloso, ao qual o Estado teve acesso, o
procurador afirmou que houve uma discussão em outubro do ano passado
sobre o tema, mas o governo não encaminhou “mais qualquer informação”
para formar o grupo conjunto. O pedido de criação do grupo não teve
andamento no Ministério da Justiça nas gestões de Alexandre de Moraes,
Osmar Serraglio e de Torquato.
O Estado apurou que na época do pedido espanhol, Janot
comunicou o Michel Temer sobre o caso. A Procuradoria queria evitar que
as informações chegassem ao Ministério das Relações Exteriores, chefiado
à época por José Serra, uma vez que a investigação esbarra em
informações sobre o empresário, que é próximo ao tucano. Preciado é
casado com uma prima de Serra.
As informações são de reportagem de Fábio Serapião e Beatriz Bulla no Estado de S.Paulo.
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