| "O envolvimento do meu nome é um ato de absoluta má fé" |
Ao fim da tarde de ontem, a ex-governadora Wilma de Faria divulgou uma nota sobre a Operação Sinal Fechado, deflagrada na quinta-feira, 24, pelo Ministério Público Estadual (MPE) - na qual seu nome é mencionado, que desbaratou uma quadrilha acusada de fraudar, por meio do pagamento de propinas, a licitação que permitiu ao consórcio realizar inspeções veiculares ambientais em todo o território potiguar. Em nota, Wilma de Faria desafia o MPE a provar seu envolvimento nas denúncias de recebimento de propinas ou de convivência com lobistas.
| |
"O envolvimento do meu nome é um ato de absoluta má fé. Não sou ré e as 189 laudas da petição do Ministério Público mostram que não sou. Não há na peça acusatória nenhuma denúncia que exija de mim pelo menos uma explicação", disse a ex-governadora que, mais adiante, lança o desafio: "Desafio que provem qualquer envolvimento da minha pessoa nas denúncias de recebimento de propinas ou de conivência com lobistas".
Gilmar da MontanaO que deveria ser uma coletiva de imprensa para a família do empresário José Gilmar de Carvalho Lopes, dono da construtora Montana, "abrir o jogo" sobre o esquema revelado pela Operação Sinal Fechado, do Ministério Público Estadual, se mostrou uma tentativa dos advogados do acusado em inocentá-lo. Segundo um dos defensores do construtor, Diógenes da Cunha Lima Neto, seu cliente jamais financiou as supostas propinas pagas aos envolvidos no esquema fraudulento para contratação do Consórcio Inspar/RN.
A princípio, a informação repassada à imprensa foi a de que a família de "Gilmar da Montana" iria revelar mais detalhadamente os esquemas de fraudes investigados na Operação Sinal Fechado. Contudo, a coletiva foi conduzida pelos advogados Diógenes da Cunha Lima Neto e Augusto Felipe Araújo. Eles afirmaram, em um primeiro momento, que por causa dos problemas de saúde apresentados pelo seu cliente logo após a prisão e toda a agitação em torno dos demais acusados, não foi possível que eles conversassem com o empresário. "Por isso não podemos repercutir o que elepossa ter dito durante o depoimento. Contudo, confirmamos que ele tenha dito, durante o interrogatório, que Iberê de Souza receberia 15% da propina e Wilma de Faria o mesmo valor", disse Agusto Felipe.
Diógenes Neto garantiu que o envolvimento entre a Montana e o Consórcio Inspar/RN foi unicamente comercial. "O único papel da Montana era o de contruir as bases onde funcionariam as bases onde se fariam as inspeções e, num outro momento, receberia do Consórcio o aluguel pelos imóveis constuídos". Os advogados destacaram ainda que a prisão em flagrante lavrada contra José Gilmar, pelo fato de terem sido encontradas armas não registradas na casa do empresário e no escritório da contrutora, foram revogadas pela Justiça.
SaúdeGilmar da Montana continua internado no Hospital do Coração, no bairro de Lagoa Nova, em Natal, onde se submeteu a exames durante todo o dia. Ele deu entrada no hospital ontem após passar mal no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, onde estão sete dos 14 envolvidos presos na operação. O empresário está com "dor epigástrica de forte intensidade, associada a pico hipertensivo", segundo boletim médico emitido pelo hospital.
A PM está fazendo escolta na porta do apartamento onde Gilmar da Montada está internado. Contra Gilmar, há provas de que teria bancado parte do pagamento de propina por parte de George Olímpio (dono da Inspar e chefe da suposta quadrilha) e a agentes públicos, bem como teria oferecido vantagens indevidas a agentes públicos.

0 Comments:
Postar um comentário