Josias de Souza - Na noite desta segunda-feira, o
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, recebeu líderes
partidários em sua residência funcional, no elegante bairro brasiliense
do Lago Sul. O objetivo era estabelecer um cronograma para a votação do
projeto de reforma política. Lero vai, lero vem, a conversa deslizou
para um assunto inevitável: a CPI da Petrobras.
Estabeleceu-se entre os presentes uma rara unanimidade. Governistas e
oposicionistas concluíram que os deputados não podem ficar alheios à
apuração das suspeitas que jorram da Petrobras. Ficou entendido que a
Câmara não aceitará que o Senado dê as cartas. Os líderes providenciarão
as assinaturas necessárias à abertura de uma CPI mista, com
representantes das duas Casas do Congresso.
Procurado pelo blog, Henrique Alves admitiu: "Pelo que
senti, a Câmara quer participar. Os deputados vão assinar para ter a CPI
mista. Sem disputa, sem confronto. Estamos diante de um fato concreto. A
CPI já existe. A questão é saber se é exclusva do Senado ou também da
Câmara. Pelo que vi hoje, o desejo da Câmara é de contribuir, sem
transformar a CPI em palanque, para chegar à verdade dos fatos. Creio
que isso interessa ao próprio governo".
Em tempo: Henrique é apontado pelo ex-ministro das Cidades do
governo Dilma Rousseff, deputado federal Mario Negromonte (PP-BA), como
tendo ascendência política sobre o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto
Costa, preso pela Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro. A
PF investiga se Henrique receberia propina para repassá-la a um
consórcio de partidos, liderados pelo PMDB.
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