DE UM AMARELINHO DA MARGEM DO RIO PIRANHAS AO CANDIDATO ROBINSON.

Venho de terras distantes. A minha cabana adormece num lugar onde as águas derreadas das cumeeiras da borborena no Seridó oriental e da Serra do Equador, abraçam suas co-irmãs vindas da Paraíba, Exatamente no barranco do Rio Piranhas, nos confins do Seridó. Nas manhãs, dissipo o tempo ouvindo o murmurejo das águas passando, numa caminhada de 53 km. na freguesia de Pe. João Maria. Nesse limite, esperava que elas encontrassem sua morada, de donde poderiam sempre, matar a sede das gentes e dos viventes dos Sertões do Seridó, onde começaram a tomar corpo.
Ledo engano, a peregrinação continua curso adentro. Não mais no murmurejo feliz, mas num copioso choro, porque sabem que vão se perder no anonimato e amplitude de um mar tenebroso, deixando a morrer de sede e fome os povos desvalidos do cinzento potiguar, a terra onde nasceram.
Nesse enunciado, surge a grande demanda do Seridó. A consolidação da barragem de oiticica e um grande e redentor projeto de democratização (partilhamento) do manancial hídrico (de água) com todos os que sofreram e sofrem os efeitos nefastos das estiagens reiterativas.
No costado dessa demanda, há uma expectativa e espera por parte do criador, de contar com uma ação governamental, que venha promover a reposição por linhas de crédito especial do nosso rebanho, para compensar a razia e destruição desses animais. Cifras mostram que o rebanho vacum, teve perda de 55%, com um agravante, nossas futuras matrizes jovens, foram abatidas ou vendidas para outros bacias. As matrizes adultas de vocação lactente, eram tiradas do curral para o matador de todas as cidades dos Sertões do Seridó. Caprinos e ovinos, um favo de mel em rentabilidade comercial, o rebanho está reduzido a 40%. De bem ressaltar, que com todas essas intempéries da natureza, o Seridó era a grande bacia leiteira em termos quantitativos e qualitativos.
A Barragem de oiticicas, uma noiva sem atrativo para a classe dirigente, com raríssimas exceções, continua chorando como velhas carpideiras da antiga Roma, sem ser ouvida.
O homem da faina agro-pastoril, na sua saga masoquista com o criatório, precisa ver a luz do túnel. Voltar a solfejar o seu aboio reboado, a toada nordestina no traquejo do rebanho, e esquecer a melancolia e o canto de lamentação pela perda da vaca guaraína, que quebrara suas forças no manhoso.

Nos próximos passos, o amarelinho enfocará novas demandas. .
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Fonte: Jair Eloi de Souza

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