Considerado golpista por
intelectuais brasileiros e latino-americanos, por seu apoio ao governo
provisório de Michel Temer, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
teve de cancelar sua participação nesta sexta-feira num debate em Nova
York, no 34º Congresso Internacional da Associação de Estudos
Latino-Americanos.
FHC participaria do principal evento
do encontro, um debate na manhã deste sábado com o ex-presidente
chileno Ricardo Lagos, mas cancelou sua ida quando soube que seria alvo
de um "escracho".
Em carta enviada à entidade, FHC
nega que a presidente Dilma Rousseff é vítima de um golpe e defende o
que "os atuais ventos ideológicos que circulam em certos centros
acadêmicos parecem misturar a postura de cientistas com a de ativistas".
No entanto, nada menos que 499
intelectuais protestaram contra o convite feito a FHCp para o debate.
Uma petição de 162 membros da entidade latino-americana e 337
pesquisadores não associados pedia o cancelamento da conferência de FHC.
"Respeitamos a contribuição passada de Cardoso para o pensamento
internacional. Entretanto, esse convite foi feito em um momento
infeliz", diz o texto. Ainda segundo o o abaixo-assinado, o convite foi
feito num momento em que FHC e seu partido "não hesitaram em colocar em
perigo a paz interna nem mecanismos básicos como a Constituição".
Golpe consolidado na mídia internacional
Embora FHC negue a existência de um
golpe contra a presidência Dilma Rousseff, o impeachment já é
considerado um complô pelos mais importantes jornais dos Estados Unidos e
da Inglaterra (New York Times e Guardian), pela revista The Economist e
por toda a imprensa alemã.
Em reportagem publicada nesta
sexta-feira, a Economist tratou o impeachment como "um jeitinho contra a
Constituição" brasileira (saiba mais aqui).
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