Em documentos divulgados na noite desta quinta-feira (12/5) no
Twitter, o perfil oficial do Wikileaks afirma que o presidente interino
do Brasil, Michel Temer (PMDB), foi informante da Embaixada dos Estados
Unidos no Brasil.
Segundo os documentos divulgados pela organização sueca, Michel Temer
teria falado com a embaixada via telegrama e o conteúdo seria
classificado como “sensível” e “para apenas uso oficial”. As
transmissões dos arquivos teriam sido feitas no dia 11 de janeiro 2006
(quarta-feira), às 14h02 e no dia21 de junho 2006 (quarta-feira), às
16h05. Não há informações sobre o fuso horário da entrega.
Nos documentos divulgados, Temer passaria sua visão de como estava a
situação política no Brasil na época. São opiniões sobre as eleições que
ocorreriam em 2006, quando Lula foi reeleito.
Temer teria analisado cenários em que o partido dele (PMDB) poderia
ganhar as eleições. Nos documentos, ele também teria falado sobre as
diferenças entre Lula e Fernando Henrique Cardoso. Em uma das frases
citadas no texto, Temer teria dito que “as classes C, D e E acreditam
que Fernando Henrique roubou dos pobres e deu para os ricos. Já Lula
roubou dos ricos para dar aos pobres”.
Os telegramas falam ainda sobre uma possível disputa entre um
candidato do PMDB com Lula, caso não houvesse acordo entre os partidos. O
nome de Anthony Garotinho teria sido cogitado neste momento, mas
haveria uma resistência no PMDB. Germano Rigotto, na época governador do
Rio Grande do Sul, e Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa, também foram
cogitados.
Em outro trecho do documento, Temer se negou a prever como ficaria a
corrida eleitoral, mas afirmou que haveria segundo turno. Disse apenas
que “qualquer coisa poderia acontecer”. Na ocasião, ele teria confirmado
que o seu partido não apresentava candidatos à presidência e que o PMDB
não seria aliado do PT e nem do PSDB, pelo menos até o segundo turno.
Temer teria dito que o PMDB elegeria, naquele ano, entre 10 e 15
governadores pelo país. O partido teria também as maiores bancadas no
Senado e na Câmara dos Deputados. Sendo assim, o presidente que fosse
eleito teria que se reportar ao PMDB para governar. “Quem quer que vença
a eleição presidencial terá que vir até nós para fazer qualquer coisa”,
teria dito o político.
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