Na semana passada, o
deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se tornou réu novamente no
Supremo Tribunal Federal, desta vez por 11 votos a zero, mas recebeu
elogios do interino Michel Temer, que, ontem, concedeu uma entrevista
fechada a cinco jornais.
"Falo com ele, esteve
comigo há umas três semanas. Fizemos análise do quadro dramático que ele
vive. Mas ele não me atrapalha em nada. Aqui no Brasil temos esse
preconceito. Acham que não se pode falar com ninguém", disse Temer.
Cunha, como se sabe, é
investigado por ter mantido várias contas no exterior e por ter se
beneficiado de esquemas de desvios em obras públicas e em projetos
financiados pelo FI-FGTS. Graças ao golpe parlamentar capitaneado por
Cunha, Temer hoje é presidente provisório.
Na mesma entrevista, o interino também disse que a Lava Jato não deve se prolongar indefinidamente. "Eu
acho que ela deve prosseguir enquanto houver eventuais irregularidades.
Mas, num dado momento, o país não pode ficar dez anos nessa situação.
Mas, evidentemente, ela deve manter-se enquanto houver irregularidades",
afirmou. "As instituições estão
funcionando de uma tal maneira que há pessoas presas, pessoas
processadas, pessoas investigadas. E dia a dia até muitas vezes aumenta.
Então, acho que isso, ao contrário, deveria dar muita confiança para
dizer o seguinte: olha aqui, o Brasil está sendo, para usar uma
expressão rotineira, passado a limpo."
Temer também deixou claro
que aumentos de impostos virão após a eventual aprovação do impeachment
no Senado; "Economia é assim. Você tem que fazer readequações, mas
fa-las-á no tempo certo".
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