Michel Temer entrou numa fria.
Acreditou na história que foi contada por grupos de comunicação que
articularam o golpe contra a democracia brasileira e passou a se ver
como um personagem capaz de "pacificar o Brasil", "resgatar a confiança"
e "salvar o País".
Como se sabe, deu tudo errado. O
Brasil está em guerra, como se viu nas ruas do Rio de Janeiro e nas
manifestações contra a PEC 55, e a economia afundou ainda mais. Além da
queda de 3,5% do PIB em 2016, 2017 será também um perdido, em que o
número de desempregados poderá ir a 15 milhões.
Ou seja: Temer não tem absolutamente
nada a ganhar com a presidência. Ele, que antes dizia querer ser
lembrado como alguém que "salvou a Brasil", estará na memória dos
brasileiros como um presidente golpista, usurpador e que, além de
quebrar a economia, destruiu o Estado de bem-estar social, extinguindo a
previdência.
Para os tucanos, era esse mesmo o
seu papel: fazer o "trabalho sujo", da ponte para o futuro, e depois
abrir espaço para a chegada de um novo ciclo do PSDB no poder.
O que não se imaginava é que os
resultados seriam tão ruins, levando os articuladores do golpe a já
trabalhar com a substituição de Temer em 2017 – um dos nomes citados é
do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que se refere a Temer, de
forma pejorativa, o chamando de "pinguela".
Temer, portanto, pode escolher entre
a renúncia ou um afastamento humilhante. Em entrevista ao 247, Ciro
Gomes afirmou que ele poderia "puxar a sela" – ou seja, renunciar.
Seria um favor ao Brasil, que
poderia começar a pensar em reconstruir sua democracia, e ao próprio
Temer – que não tem mais nada a ganhar com a presidência.
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